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domingo, maio 19, 2024
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Rede Federal de Saúde: assembleia aprova greve por tempo indeterminado a partir do dia 15/5

Assembleia dos servidores da rede federal de saúde realizada na manhã desta segunda-feira (6/5), no auditório do Hospital dos Servidores (HFSE), aprovou greve por tempo indeterminado a partir do próximo dia 15 de maio.

Com participação de servidores de todas as unidades federais de saúde, a assembleia também reafirmou a pauta geral de reivindicações até hoje pendente e sem solução por parte do governo federal, como: reajuste salarial linear com isonomia; não ao fatiamento e à privatização da rede federal; realização de concurso público com cargos efetivos pelo RJU (Regime Jurídico Único); renovação dos CTUs enquanto não for realizado concurso público; enquadramento dos auxiliares como técnicos de enfermagem; pagamento de auxílio-alimentação em valores equiparados aos recebidos nos demais poderes (Legislativo e Judiciário); inclusão na carreira da Ciência e Tecnologia; e cumprimento do acordo de greve de 2023 (com pagamento do piso da enfermagem em valores integrais e da insalubridade no percentual de 20%).

Tão logo o indicativo de greve foi aprovado, dirigentes do Sindsprev/RJ abriram um debate com os servidores, para que eles apresentassem suas dúvidas sobre como será organizada a paralisação. Após responderem às perguntas dos trabalhadores da rede federal, os dirigentes do sindicato propuseram a formação de comandos de greve em cada unidade federal.

Em seguida à realização da assembleia, os servidores promoveram um abraço simbólico ao HFSE, na entrada principal da unidade (rua Sacadura Cabral).

Nesta terça-feira (7/5), a partir das 11h, os servidores da rede federal fazem ato unificado em frente ao prédio do Departamento de Gestão Hospitalar (DGH), na rua México 128.

Governo não atendeu a nenhuma reivindicação da saúde federal

“Agora é greve pela base. Uma greve da saúde que vai se unificar pela base com a greve da educação já em curso no país. Desde o ano passado que nenhum item do acordo de greve foi cumprido. No enquadramento dos auxiliares como técnicos de enfermagem, o governo Lula (PT) poderia ter assumido como dele a Proposta de Emenda Constitucional (PEC), mas não o fez. E o resultado é que ainda não obtivemos as assinaturas necessárias para a PEC tramitar no Congresso. Sobre a insalubridade, até hoje aguardamos o pagamento, embora trabalhemos com doenças infecto-contagiosas. Para piorar, colocaram no DGH uma pessoa que veio da saúde municipal [governo Eduardo Paes]. Portanto, já vivemos uma situação extrema, e a resposta tem que ser greve”, frisou Cristiane Gerardo, dirigente regional do Sindsprev/RJ.

Logo após a assembleia que aprovou a greve, servidores da rede federal promovem abraço simbólico ao HFSE. Foto: Mayara Alves.

“Realizar greve é uma coisa muito necessária, mas não é uma coisa fácil, pois a greve precisa ser construída por todos nós, em todas as unidades federais de saúde. Por isso não adianta apenas decretarmos greve. Temos que organizar a paralisação nos locais de trabalho e também conversando com a população usuária dos serviços de saúde. A nossa greve tem motivos de sobra para acontecer. Na semana passada protestamos no Hospital de Bonsucesso contra a presença do Grupo Hospitalar Conceição. Vamos à luta. O atual governo desconsidera nossas reivindicações e, no recente termo de compromisso que reajustou os auxílios financeiros, excluiu os aposentados. Se construirmos a greve de verdade, vamos conseguir o que queremos”, completou Sidney Castro, também membro da direção do sindicato.

“Neste momento não podemos recuar”, diz servidora

Durante toda a assembleia, servidores relataram situações absolutamente caóticas das unidades federais, onde imperam o desabastecimento de insumos e medicamentos, a insuficiência de recursos humanos e a desorganização da logística na gestão dos hospitais.

“Neste momento não podemos recuar. Temos é que nos unir. Não sabemos o que acontecerá com a rede federal de saúde se ela for terceirizada ou entregue para organizações sociais. É isto o que queremos para nós e para os usuários? Não podemos entregar os serviços públicos. O governo federal se elegeu com a promessa de melhorar o Sistema Único de Saúde [SUS], mas é o inverso que está acontecendo”, afirmou Cristina Venetilho, servidora do HFSE.

Também servidora do HSE, Maria da Silva Irese reforçou as ponderações da colega. “Não temos condições para trabalhar. Não temos nem luvas aqui. O governo quer nos vencer pelo cansaço. Por isso nós precisamos de união. Tem gente que acha que somos baderneiros e transgressores, mas nosso movimento é em defesa da saúde. Querem nos fazer desistir de nosso local de trabalho, mas não vamos desistir”, disse.

Audiência com Nísia Trindade (Saúde) na quarta-feira (8/5)

A audiência do Sindsprev/RJ com a ministra da saúde, Nísia Trindade, foi agendada para a próxima quarta-feira (8 de maio), a partir das 16h, nas dependências do Ministério da Saúde, em Brasília. No encontro, o Sindsprev/RJ pretende reafirmar a urgência de o Ministério solucionar as principais demandas e pendências dos servidores, como a manutenção da rede federal sob gestão do Ministério, sem fatiamentos ou privatizações; o cumprimento do acordo de greve do ano passado; o pagamento do piso salarial da enfermagem em valores integrais; o enquadramento na carreira da Ciência e Tecnologia e demais reivindicações.

Ministra Nísia Trindade, da saúde, que terá reunião com o Sindsprev/RJ na quarta-feira (8/5), em Brasília. Foto: Marcelo Camargo_Agência Brasil.

 

 

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