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quarta-feira, maio 8, 2024
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Mobilização no Andaraí faz com que maioria dos terceirizados receba atrasados

Um bom exemplo a ser seguido é o dos terceirizados do Hospital do Andaraí. Com salários e, em certos casos, o 13º do ano passado, atrasados, se mobilizaram, paralisaram suas atividades no último dia 11, forçando uma negociação da diretoria da unidade com o Sindsprev/RJ, que arrancou o compromisso do chefe de logística do hospital, Laumar Cidaco, de pagar os atrasados.

Quase todos já estão com salários regularizados. Mas ainda há problemas em certas empresas. Cristiane dos Santos, do Núcleo Sindical, vai marcar uma nova reunião para cobrar de Laumar a normalização definitiva dos pagamentos. A solução seria a realização de concurso, mas a lógica dos seguidos governo vem sendo a da privatização dos serviços para beneficiar empresas e cortar custos com o serviço de saúde pública.

A dirigente traçou um quadro empresa a empresa. A TeS (asseio e conservação) recebeu o pagamento atrasado de dezembro; o hospital não tinha pago a fatura. A Flex, dos administrativos e maqueiros, pagou para a maioria dos trabalhadores o 13º e dezembro, mas não para todos. Laumar alegou que isto acontece com os que tem conta-salário porque o Tesouro Nacional não consegue o repasse para este tipo de conta.

Segundo Laumar, o caso mais complicado seria o da Navelle (manutenção de ar-condicionado) que pediu falência. “Mas vamos cobrar dele o pagamento que é obrigação”, adiantou Cristiane. Os da Persona receberam dezembro com atraso, e, este sim, parece ser o mais difícil, pois a terceirizada suspendeu o contrato, argumentando não poder mantê-lo porque as faturas estão sendo pagas pelo hospital sempre com atraso, o que inviabiliza a prestação de serviços.

Caos e Ebserh

Mas os constantes atrasos no pagamento às empresas, ocasionando atrasos de salários, começaram a se intensificar na atual gestão, já no governo Lula, com Nísia Trindade à frente do Ministério da Saúde e com os hospitais federais recebendo indicações políticas para a sua gestão. E parecem fazer parte de um movimento mais geral de gerar uma situação caótica que justifique a entrega do Andaraí e de outras unidades da rede federal à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).
“Antes havia atrasos pontuais, talvez de dois, três dias. Atrasos de um, dois meses, nunca aconteceram. Entrei aqui há 15 anos e é a primeira vez que vejo isto acontecer aqui”, disse Cristiane.

A gestão atual do Andaraí é caótica. “Parece uma coisa calculada para gerar caos, e coloc+ar com única opção a entrega do hospital e de toda a rede federal, como já tentam fazer no Hospital dos Servidores, para a Ebserh”, disse. Há um enorme déficit de pessoal que vem parando a unidade. E mais: falta de tudo no Andaraí, desde seringas, suturas, filme de raios X, equipo de bomba infusora, medicamentos em geral.

“Não tem concurso para admissão de pessoal desde 2005. Falta gente para atender os pacientes que nos procuram. São muitos os contratos temporários da União (CTUs), mas em número insuficiente, principalmente médicos. Há um desmonte p+remeditado”, argumentou Cristiane.
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