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quinta-feira, maio 2, 2024
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Em ato no Cardoso Fontes, servidores da rede federal exigem reajuste, concurso, carreira e fora Ebserh

Nesta quarta-feira (3/4), dia nacional de luta do funcionalismo público, os servidores da rede federal do Rio fizeram um importante ato unificado em frente à entrada principal do Hospital Federal Cardoso Fontes (Jacarepaguá). Organizada pelo Sindsprev/RJ, a manifestação teve como objetivo exigir o imediato atendimento das reivindicações da categoria junto ao Ministério da Saúde, como reajuste salarial linear, realização de concurso público, condições de trabalho, fim da precarização, carreira e  suspensão de qualquer política que vise entregar as unidades federais de saúde para a Ebserh ou organizações sociais.

Luta por dignidade e valorização do serviço público

“Nosso ato aqui é pelo atendimento da pauta dos trabalhadores da rede federal, mas é também por dignidade e valorização do serviço público. Afinal, estamos há 6 anos com perdas em nossos salários. O pior é que ainda sofremos campanhas de desqualificação contra a rede federal, uma campanha movida pela imprensa comercial junto com setores privatistas. A rede federal é responsável por atender 15% dos pacientes do município do Rio, mas só consegue oferecer assistência de alta complexidade para 4% dos pacientes, o que mostra a situação de precariedade. Mesmo assim, a rede fez 39 mil cirurgias em 2023”, afirmou Cristiane Gerardo, dirigente regional do Sindsprev/RJ.

Protesto marcou a indignação dos trabalhadores com a precariedade da rede federal. Foto: Fernando Gonçalves.

“Governo Lula não acredita na gestão do SUS”, afirma dirigente

Também diretor do Sindsprev/RJ, Sidney Castro reforçou as críticas. “Infelizmente, o governo Lula (PT) não acredita mais que a gestão do SUS deva ser feita diretamente pelo Ministério da Saúde. Por isso o governo não faz concurso para a rede federal. Na verdade, a crise da rede federal é premeditada. Ontem [2/4], o centro cirúrgico do Hospital de Bonsucesso teve de ser fechado por falta de insumos. Agora querem entregar a rede à Ebserh, que não é solução. Se a Ebserh assumir os hospitais federais, a nossa carga horária será revista e todos seremos afetados. Temos que resistir para barrar a Ebserh. Foi com mobilização que evitamos a demissão dos CTUs. Agora não será diferente”, disse.

‘Resistir é preciso’, afirmam trabalhadores durante a passeata pela Grajaú-Jacarepaguá. Foto: Fernando Gonçalves.

Direção do Hospital desmente boato sobre faltas

Após as falas iniciais em frente ao Cardoso Fontes, os servidores desceram a estrada Grajaú-Jacarepaguá em passeata, portando faixas de protesto contra o abandono da saúde e gritando a palavra de ordem ‘Fora Ebserh’.

No momento em que preparavam-se para retornar ao Hospital pela mesma estrada Grajaú-Jacarepaguá, os trabalhadores foram surpreendidos pela informação de que o diretor-geral do Cardoso Fontes, Pedro de Jesus, teria ordenado a aplicação de falta sobre todos os servidores que participavam da manifestação. Diante da suposta iniciativa do diretor-geral, os servidores decidiram então se dirigir ao gabinete de Pedro de Jesus tão logo chegassem ao Hospital.

Sem punições, sem faltas e sem perseguições

Ao receber os servidores em sua sala de trabalho e ser inquirido sobre o suposto lançamento de falta, Pedro de Jesus negou a informação, reafirmando seu compromisso com a liberdade de manifestação dos trabalhadores, no que foi aplaudido pelos presentes.

Ao final da conversa com o diretor-geral do Hospital Cardoso Fontes, dirigentes do Sindsprev/RJ reforçaram a convocação para o ato unificado do funcionalismo público federal que também acontece nesta quarta (3/4), a partir das 16h, na Candelária, como parte da campanha salarial nacional da categoria.

No gabinete do diretor-geral Pedro de Jesus, servidores desfizeram mal-entendido provocado por boato sobre lançamento de faltas. Foto: Fernando Gonçalves.

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