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quarta-feira, maio 15, 2024
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Dia 21 de Março é referência na luta contra a discriminação racial

Nesta segunda-feira (21 de Março), comemora-se o Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial, data instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) e que serve de referência na luta dos movimentos negros em nível mundial.

A escolha do dia 21 de Março pela ONU deu-se porque nesta mesma data, no ano de 1960, na África do Sul, quando 20 mil negros protestavam contra uma lei que limitava os lugares por onde eles podiam circular, o Exército daquele país atirou contra a multidão, matando 69 pessoas e deixando 186 feridas. O episódio ficou conhecido como massacre de Shapperville.

“A data de 25 de Março deve ser sempre lembrada para sinalizar aos povos negros de todo o mundo a necessidade de lutar pelo fim de todas as formas de discriminação racial. Aqui no Brasil isto é ainda mais urgente, tendo em vista o racismo institucional que ainda perdura em nosso país”, afirmou Osvaldo Mendes, da Secretaria de Gênero, Raça e Etnia do Sindsprev/RJ.

“Nós, mulheres e homens que trabalham na saúde, somos negros e sofremos cotidianamente a discriminação racial, algo que precisa ser eliminado em nosso país”, completou Ivone Suppo, também dirigente do Sindsprev/RJ.

Leia outras postagens sobre a luta contra o racismo, clicando nos links abaixo:

Assassinato do congolês Moise

Violência policial 

A chance de uma pessoa negra ser assassinada no Brasil é 2,6 vezes superior àquela de uma pessoa não negra. Em 2019, a taxa de homicídios por 100 mil habitantes negros no Brasil foi de 29,2, mais do que o dobra de mesma taxa entre os habitantes brancos, amarelos e indígenas. Essa realidade é a consequência da gravíssima discriminação racial vigente no Brasil.

Os dados fazem parte do Atlas da Violência 2021, divulgado em agosto de 2021. Elaborado por meio de uma parceria entre o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) do Ministério da Economia e o Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), ligado ao governo do Espírito Santo, o Atlas é uma das referências centrais sobre os índices de violência no país.

Elaborado com base em dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), ambos do Ministério da Saúde, o estudo mostra que os negros representaram 77% das vítimas de assassinato no país em 2019. Essa prevalência é, historicamente, um dado frequente em estudos sobre a violência no Brasil e persiste a cada nova edição do Atlas. “A desigualdade racial se perpetua nos indicadores sociais da violência ao longo do tempo e parece não dar sinais de melhora, mesmo quando os números mais gerais apresentam queda. Os números deste Atlas, mais uma vez, comprovam essa realidade”, diz o estudo.

 

 

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