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domingo, abril 28, 2024
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Servidores da saúde federal voltam a ocupar DGH para exigir a saída de Alexandre Teles

“O Alexandre Teles perdeu a nossa confiança. Se reúne conosco, se compromete a fazer um sem número de coisas e faz exatamente o contrário. Não negociamos mais com quem só mente. Por isto, de agora em diante, queremos dialogar diretamente com o Ministério da Saúde, de preferência com a ministra Nísia Trindade”. O alerta foi feito pela diretora do Sindsprev/RJ, Christiane Gerado, nesta quinta-feira (14/3), aos servidores da rede federal de saúde que voltaram a ocupar o hall de entrada do Departamento de Gestão Hospitalar (DGH), na Rua México, 128, Centro, exigindo a demissão do coordenador do órgão, Alexandre Teles.

Além da saída de Teles, os servidores reivindicam reajuste salarial, cumprimento do acordo de greve, concurso público e carreira, renovação dos contratos temporários, fora Ebserh e RioSaúde. Exigem também o fim do desmonte dos hospitais, respeito e valorização e repudiam qualquer tentativa de municipalização e privatização das unidades federais.

Pelas decisões contraditórias, Teles tem se enfrentado, inclusive, com alguns subordinados no próprio DGH. O efeito tem sido a quase paralisia do órgão, que deixa de dar respostas para resolver todo tipo de problema.

Os servidores denunciam que Teles tem feito uma gestão caótica que levou ao abandono dos hospitais federais. Prometeu aumentar mas reduziu o orçamento das unidades; não realizou concurso público; não renovou os contratos temporários que vencem em maio; manteve abandonadas obras em enfermarias, CTI, emergências e salas de cirurgia suspensas pelo governo Bolsonaro; e, por fim, retirou a autonomia de gestão dos diretores dos hospitais, dando fim a qualquer possibilidade de diálogo com eles, criando uma Coordenação-Geral de Governança Hospitalar, que centraliza as decisões nas mãos de meia-dúzia de pessoas, num gesto autoritário que aumentou crise da saúde, desgastando a ministra Nísia Trindade.

Durante a ocupação profissionais denunciam assédio moral. Foto: Mayara Alves.

O Centrão se aproveitou da crise gerada pelo DGH para ‘plantar’ uma matéria no jornal O Globo. O texto, publicado também nesta quinta-feira, lembra que o cargo de ministro da Saúde vem sendo disputado por este grupo de políticos historicamente conhecidos como o mais fisiológico do Congresso Nacional e que, na Câmara dos Deputados, é comandado por Arthur Lira (PP-AL). Além de querer tomar conta da Pasta, o Centrão pressiona pela liberação de emendas que só podem ser autorizadas pelo MS.

A matéria busca envolver o Sindsprev/RJ nesta disputa política pelo Ministério. Durante o ato público que antecedeu a ocupação, o diretor do Sindicato, Sidney Castro, ressaltou que a luta sindical dos servidores tem objetivos conhecidos que são as reivindicações já entregues tanto ao DGH, quanto ao Ministério da Saúde e ao Ministério da Gestão e Inovação (MGI) reivindicações essas históricas feitas a todos os governos que vêm se sucedendo.

Pouco antes da ocupação, servidores fecham o trânsito na Rua México. Foto: Mayara Alves.

“O Sindsprev/RJ organiza as lutas dos servidores por seus direitos, não faz política partidária. Reivindicamos em todos os governos da mesma forma o fim do desmonte dos hospitais federais, a realização de concurso público, um orçamento capaz de melhorar as condições de trabalho e de atendimento da população; a renovação dos contratos temporários; e somos contra a entrega dos hospitais à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) ou à Rio Saúde, o que seria o primeiro passo na direção da privatização da rede”, afirmou.

Sindsprev/RJ serve almoço aos participantes da ocupação. Foto: Mayara Alves.

Negociação

Os diretores do Sindsprev/RJ entraram em contato com o Ministério da Saúde advertindo que a ocupação seria mantida até que os servidores fossem recebidos por um representante direto do ministério. Por volta do meio-dia (a ocupação começou às 11h30) Alexandre Teles entrou em contato com dirigentes do Sindicato aceitando recebê-los para uma negociação. A proposta foi rejeitada.

Meia hora depois, Cida Diogo, superintendente do DGH, se propôs e receber uma comissão de dirigentes do Sindicato e da base dos servidores. Cida disse poder falar em nome do Ministério. O encontro foi aceito. Até a publicação desta matéria, no entanto, por volta das 14 horas, a reunião não tinha terminado.

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