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domingo, abril 28, 2024
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Coronavírus tem que ser enfrentado com verdadeiro investimento em saúde pública

Por meio de sua diretoria, o Sindsprev/RJ (Sindicato dos Trabalhadores Federais da Saúde e Previdência) alerta para as graves consequências que a falta de preparo da rede pública para tratamento dos casos de coronavírus (COVID-19) pode acarretar em curtíssimo prazo. Falta de preparo que é resultado de anos de sucateamento e desmonte do Sistema Único de Saúde (SUS).

Até o momento, quando a pandemia já se instala no país, com transmissão comunitária de coronavírus, foram disponibilizados apenas 10% dos cerca de mil leitos adicionais prometidos pelo Ministério da Saúde, o que, numa rede pública sobrecarrega e com 95% de leitos de UTI já ocupados, pode significar a desassistência de milhares de pacientes em todo o país.

A saúde pública, infelizmente, não tem sido a prioridade dos sucessivos governos brasileiros ao longo dos anos, como prova a situação cada vez mais precária das redes federal, estaduais e municipais de saúde. Redes marcadas pela falta de insumos básicos, deficientes infraestruturas, longas filas de atendimento e falta de recursos humanos, consequência da não realização de concursos públicos para contratação dos profissionais necessários ao funcionamento do SUS. Somente na rede federal são necessários, atualmente, cerca de 10 mil profissionais de saúde. O governo Bolsonaro, contudo, não manifestou, até o momento, a mínima intenção de solucionar esse grave problema.

Quadro semelhante de caos administrativo vive a saúde estadual, onde importantes unidades da rede, com os hospitais Rocha Faria, Pedro II e Albert Schweitzer, entre outros, foram nos últimos anos municipalizadas e entregues às chamadas ‘organizações sociais’ (O.S.), cujas caóticas gestões, somadas à incompetência administrativa e ao descaso da administração Crivella, jogaram milhares de pacientes do município do Rio na mais absoluta desassistência. Atualmente, conforme admitido pela própria secretaria municipal de saúde, há um déficit de 2.500 profissionais no setor, após o prefeito ter demitido 184 equipes de saúde da família.

Em Niterói, a situação também não difere substancialmente da capital. Maior unidade da rede niteroiense, o Hospital Carlos Tortelly não possui capacidade de atender à demanda de atendimento que inevitavelmente subirá exponencialmente com os novos casos de coronavírus. Enquanto isto, o Hospital Universitário Antônio Pedro, que possui unidades de tratamento intensivo adequadas aos casos de coronavírus, ainda não funciona no regime de portas abertas, como seria adequado e necessário no enfrentamento da pandemia.

Reafirmamos que somente o SUS, baseado na saúde pública, gratuita e universal para toda a população, é capaz de atender e acolher a população brasileira, mas, para que isto aconteça, os governos têm que parar com sua pantomima e tomar medidas concretas que revertam o gravíssimo sucateamento de nossas unidades de saúde.

Diretoria Colegiada do Sindsprev/RJ

 

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