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sábado, maio 18, 2024
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Mesmo na pandemia, seleção brasileira fará parte do circo da Copa América

Pressionada e dividida, a seleção brasileira de futebol aceitou participar da Copa América, que será realizada a partir do próximo dia 13/6, num Brasil com cerca de 470 mil mortes pela covid-19. A notícia foi publicada pelos jornais Correio Braziliense, O Globo e Valor Econômico, porém, sem citar a fonte da informação. A seleção ficou de se pronunciar após o jogo contra o Paraguai, nesta terça-feira (8/6). Os jogadores deverão ler um comunicado.

Para o diretor da Federação Nacional (Fenasps) Moacir Lopes, caso se confirme, a decisão será lamentável. “Vão participar de uma copa cujo único objetivo é esconder o genocídio que deve tirar, até o final de junho, meio milhão de vidas no Brasil e gerar mais de 17 milhões de infectados. Esquecem que nasceram aqui e seus familiares estão no Brasil”, desabafou.

O dirigente da Fenasps lembrou que Bolsonaro colocou todas as fichas na desinformação e na agressividade da pandemia. “Como foi atropelado pela CPI e está perdendo o jogo, vai dobrar a aposta na Copa América no momento em que o país atinge mais de 466 mil mortos pela pandemia, um crime sem precedentes. E acrescentou: “Se fosse um país sério, já estaria deposto e preso. Virou um governo de negócios. O genro do Silvio Santos, dono do SBT, é ministro das Comunicações de Bolsonaro. Esta rede de tTV comprou os direitos de transmissão. “É urgente a prisão desta quadrilha.
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Vamos lutar no STF para suspender mais este ataque ao país”.

Cortina de fumaça

O diretor do Sindsprev/RJ Rolando Medeiros lamentou a decisão, que vai contra a postura crítica de jogadores como Paulo César Caju, Sócrates, entre outros, e de movimentos como a Democracia Corinthiana. “Os jogadores da seleção perderam a grande oportunidade de marcar uma posição em defesa da vacinação, da saúde, da humanidade, de expressar sua solidariedade a quase meio milhão de famílias que choram a morte de seus entes queridos”, afirmou.

Acrescentou que, com este gesto, apesar de muitos terem origem humilde, acabam, por mudar de status, fazendo o jogo dos empresários, dos cartolas, e cedendo ao capricho e ao jogo político do Bolsonaro de realizar uma Copa América no Brasil em plena pandemia, país com o segundo lugar em número de mortos no mundo. Avaliou que Bolsonaro irá se utilizar do torneio de forma política, jogando uma nuvem de fumaça para encobrir sua responsabilidade no genocídio no Brasil.

Decisão lamentável

Para o ex-presidente do Sindicato dos Bancários do Rio e presidente regional de PSTU, Cyro Garcia, a participação dos jogadores brasileiros é mais um episódio lamentável de ingerência do governo na seleção brasileira, a exemplo do que aconteceu em 1969 com o afastamento de João Saldanha, que montou aquela seleção vitoriosa, e a imposição de Zagalo como seu substituto como técnico. “E, agora, da mesma forma, mas com o agravante de ser no meio de uma pandemia que já matou milhares de pessoas e de que os jogadores que num primeiro momento tinham se manifestado contrários à participação, acabaram se curvando às pressões do governo e dos grandes empresários e da CBF, que vão ganhar muito dinheiro com a edição da Copa América”, avaliou.

Argumentou que, ao aceitar participar do torneio, submetendo-se a esta pressão, os jogadores não tiveram a envergadura moral de se enfrentar contra estes interesses que são tão perniciosos contra a maioria da população, e por isto vão ser lembrados na história por este desonroso título. Lembrou que o desgoverno Bolsonaro vai procurar faturar politicamente, usando a Copa para desviar a atenção do povo sobre os seus inúmeros crimes. “É um acinte e um deboche contra as cerca de 500 mil mortes que já aconteceram”, afirmou.

Troca-troca de vírus

Segundo o médico e presidente do Corpo Clínico do Hospital Federal de Bonsucesso (HFB), Júlio Noronha, a decisão dos jogadores soa estranha após terem mostrado insatisfação com a realização do torneio no Brasil em meio a quase 500 mil mortos. “É um grave erro trazer a Copa América para cá com vários estados e municípios com mais de 90% dos leitos de CTI ocupados, alguns com 100%, como o Paraná.
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É um erro trazer vírus para cá e levar vírus para lá (para outros países participantes)”, frisou.

Lembrou que na pandemia os países fecham suas fronteiras para evitar a disseminação da doença. “Fazer a Copa América é uma irresponsabilidade. É colocar em risco a vida da população e dos jogadores”, lamentou.

Dinheiro na conta

O médico Júlio Noronha frisou ainda que o Brasil está na iminência de ter uma terceira onda. “O número de mortos continua sendo altíssimo: mais de 2.300 por dia, numa média móvel de mais de 1.800. Muito alto. Trazer mais dez delegações para cá, com 200 pessoas cada, que vão trazer os vírus da sua região, o resultado será um mix de vírus. Não tem o menor sentido trazer uma Copa para cá, com este número elevado de mortos em vias de uma terceira onda, com apenas 10% da população vacinada”, disse.

Júlio também alerta para outro fator, que seria estimular as pessoas a pensarem que, se estão liberando a Copa América, então não há com o que se preocupar. “Passa uma ideia de que está tudo normal, quando na verdade não está. Isso pode gerar mais aglomeração. Talvez as pessoas queiram ver os jogos no bar. É uma loucura, não só o Brasil, mas todos os países envolvidos deixarem isso acontecer”, criticou. “Vamos estar propagando a doença por toda a América do Sul. É a barbárie. A Conmebol, a CBF etc. querem é o dinheiro caindo na conta deles”, denunciou. Defendeu que Bolsonaro, por tudo isto, deveria ser levado a julgamento no Tribunal Internacional de Haia, que julga crimes contra a humanidade.

Interesse econômico

O economista Adhemar Mineiro, ex-técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), lembra que o futebol, há tempos, tem sempre enormes interesses econômicos envolvidos e que isto pode ter pesado na decisão. “Existia a possibilidade de não acontecer a Copa América e uma emissora brasileira (o SBT), que tem os direitos de transmissão, a Confederação Sul Americana de Futebol (Conmebol), as confederações nacionais e federações poderiam perder dinheiro vindo dos patrocinadores do evento.
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Tem muito dinheiro envolvido. É possível que quem ganha e poderia perder dinheiro com o cancelamento tenha mexido os seus pauzinhos”, avaliou.

Lembrou que, do ponto de vista da população, aumenta o risco de contaminação e que já não deveríamos ter os campeonatos que já estão acontecendo. “O problema é que a Copa América vai agravar a situação, se acrescentando a estes. É adicionar uma competição internacional com todas as possibilidades de aumentar os efeitos de transmissão da covid, como foi levantado por todos os infectologistas que fizeram esta discussão”, afirmou o economista.

A Copa aumenta a exposição à doença, tudo isso num momento em que todos falam que podemos estar indo para uma terceira onda da pandemia no Brasil. “Não é à toa que vários países da região abriram mão de fazer a Copa América, ou de herdar a competição com a recusa da sua realização por parte da Colômbia e Argentina”, lembrou.

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