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segunda-feira, abril 29, 2024
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Bolsonaro impõe condições para aceitar resultado da eleição e mente sobre urnas eletrônicas

Em entrevista ao Jornal Nacional (JN) da Rede Globo realizada na noite desta segunda-feira (22/8), Jair Bolsonaro condicionou sua aceitação do resultado das eleições presidenciais de outubro, ao afirmar que “vai respeitar o resultado se as eleições forem limpas e transparentes”. Bolsonaro, no entanto, não explicou o que considera “eleições limpas e transparentes”. O candidato do PL também não respondeu a uma segunda pergunta feita pelos apresentadores William Bonner e Renata Vasconcelos: se recomendaria a seus apoiadores que também reconhecessem o resultado das urnas.

Bolsonaro foi o primeiro dos candidatos à presidência a participar das sabatinas organizadas pela Globo esta semana. Hoje (23/8) o entrevistado será Ciro Gomes (PDT). Na quinta-feira (25/8) será a vez de Lula (PT), e na sexta (26/8) a entrevistada será Simone Tebet (MDB). Durante a entrevista de Bolsonaro ao JN, panelaços de protesto ocorreram nas principais capitais brasileiras.

As respostas dúbias de Bolsonaro sobre as eleições significam que ele não assumiu efetivo compromisso de respeitar o resultado do pleito, onde, segundo a mais recente pesquisa do Instituto Data-Folha, tem 32% dos votos válidos, atrás do primeiro colocado, Lula (PT), que tem 47%. Terceiro colocado na disputa, Ciro Gomes (PDT) tem 7% das intenções de voto, e Simone Tebet (MDB) tem 2%.

Sobre as urnas eletrônicas, Bolsonaro mentiu mais uma vez, ao levantar suspeitas infundadas sobre o sistema de votação. Na maior cara-de-pau, Bolsonaro afirmou que, nas eleições de 2014, uma auditoria contratada na época pelo PSDB teria concluído que as urnas “são inauditáveis”. No entanto, e ao contrário do que disse Bolsonaro, as urnas eletrônicas são completamente auditáveis e seguras.

Leia sobre protestos contra Bolsonaro: veja aqui.

Bolsonaro também mentiu ao negar que tenha feito ataques verbais aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e quando afirmou “não haver corrupção” em seu governo. Confrontado pelos apresentadores do JN com as recentes denúncias de desvios milionários no Ministério da Educação (MEC) envolvendo pastores evangélicos de sua base de apoio, Bolsonaro no entanto silenciou.

Sobre sua postura irresponsável na gestão da pandemia da covid no Brasil, Bolsonaro foi confrontado com situações em que debochou das vítimas da doença e recomendou tratamento precoce com cloroquina, medicamento comprovadamente ineficaz contra o coronavírus.

Em relação à economia, mais mentiras: Bolsonaro afirmou que os números da economia “são fantásticos” e que o Brasil vive uma “deflação” (ausência de inflação). O que não é verdade. O número de desempregados continua altíssimo e a quantidade de brasileiros na miséria aumentou em níveis sem precedentes. Quanto à deflação, a situação real é o contrário: a inflação brasileira continua superior a 10% ao ano, sendo maior ainda nos preços dos alimentos.

Outra mentira proferida pelo atual presidente foi no momento em que afirmou que o Pix teria “tirado dinheiro de banqueiros”. Mas, ao contrário do que diz Bolsonaro, o Pix não tirou dinheiro dos bancos. É que, sem agências, os bancos gastam menos com segurança e para movimentação do dinheiro em papel, e a transferência gratuita colabora para essa economia.

Aliás, o setor bancário nunca ganhou tanto como no atual governo. Só em 2021, as quatro maiores instituições financeiras do país (Banco do Brasil, Bradesco, Itaú e Santander) lucraram R$ 81,6 bilhões, segundo dados tabulados pela Economatica. É o maior valor registrado na história.

Em 2020, ano em que a economia brasileira encolheu 3,9% por conta dos impactos da pandemia, esses bancos lucraram, juntos, outros R$ 61,6 bilhões. Já em 2019, primeiro ano do governo Bolsonaro, o lucro somado das quatro instituições foi de R$ 81,5 bilhões.

 

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