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sexta-feira, novembro 1, 2024
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Servidores da rede federal mostram ao G20 o descaso do governo Lula com a saúde no Brasil

Servidores da rede federal de saúde do Rio de Janeiro realizaram um ato unificado, nesta quinta-feira (31/10), em frente ao Hotel Windsor, na Barra da Tijuca, onde ministros da saúde do G20, com cerca de 50 países representados e os principais líderes da geopolítica mundial, discutiram a construção de sistemas de saúde resilientes. O objetivo do protesto foi mostrar para o mundo o descaso, o desrespeito e a desvalorização que os profissionais de saúde sob gestão da ministra Nísia Trindade e do presidente Lula (PT) sofrem no Brasil.

Sidney Castro, dirigente do Sindsprev/RJ, comentou que a manifestação é a oportunidade de mostrar ao mundo o sucateamento dos hospitais federais do Rio de Janeiro. “Estamos mostrando que defendemos o concurso público de qualidade, o SUS, cursos gratuitos, além de exigir melhores condições de trabalho para todos os servidores. O governo está entregando o Hospital Federal de Bonsucesso para a rede Conceição, que não conhece a realidade do hospital. Estamos denunciando para representantes de vários países que esta história de entregar e fatiar os hospitais é uma irresponsabilidade. Ao invés de fazer privatizar, o ideal é melhorar a estrutura e colocar os hospitais para funcionar”, analisou Sidney Castro, acrescentando que o município do Rio de Janeiro não tem condições de gerenciar um hospital pelas dificuldades que se encontra.

Faixa de protesto dos servidores do Hospital Federal de Bonsucesso contra a entrega da unidade para o Grupo Conceição. Foto: Mayara Alves

Um episódio negativo e truculento ocorreu com a enfermeira Simone Santana, do Hospital Federal Cardoso Fontes. No momento em que estava em frente ao Hotel Windsor, mas do outro lado da rua, dois militares do Batalhão de Choque a empurraram, exigindo que voltasse para o espaço que o comando do próprio Batalhão havia concordado em deixar os servidores realizarem a manifestação – área da calçada em frente ao hotel.

“O militar veio com o dedo na minha cara para eu não sair do espaço combinado. Do contrário, iria jogar spray de pimenta no meu rosto. Falei para ele que, recentemente, bandidos tacaram fogo em motos e vandalizaram ônibus no Recreio, e o governador disse que não tinha efetivo da polícia para resolver problemas como este. E, para a manifestação da saúde federal, o efetivo da polícia é muito maior. Não é a primeira vez. Eles sempre tratam a gente com muita truculência e violência. Fora, Nísia. A pior ministra de todos os tempos”, esbravejou.

Roberta Santiago, enfermeira do Hospital dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro, considera o protesto importante para chamar a atenção de moradores que não frequentam serviços da rede federal de saúde e não sabem a importância do SUS para a população. “A maioria dos moradores da Barra da Tijuca não frequenta serviços da rede federal e do SUS, com exceção dos postos de vacinação. É importante que a gente alcance esse espaço para conscientizá-los e levar para eles a nossa luta, o nosso movimento. Mesmo não frequentando as unidades federais, eles enxergam, como cabeças pensantes e moradores do Rio de Janeiro, a importância da rede federal”, frisou.

A enfermeira disse que o encontro serviu para chamar a atenção de outros países para o fatiamento da rede federal de saúde realizado no governo Lula. “Um encontro a nível mundial para tratar das perspectivas de saúde tem muita relevância. A gente percebe a grande quantidade de pessoas estrangeiras de alguma forma se interessando pela manifestação. Toda a luta tem algum momento de glória”, apontou.

Ato unificado dos servidores da rede federal de Saúde em frente ao Hotel Windsor. Foto: Mayara Alves

Roseane Vilela, do Comando de Greve no Hospital Federal de Bonsucesso, mandou um recado para a ministra Nísia Trindade. “Queremos mostrar para a ministra Nísia Trindade que, independente da decisão tomada pelo governo, vamos lutar para reverter essa situação. Sabemos que o objetivo maior é entregar a rede pública para a iniciativa privada. É privatizar a rede pública. Isso descaracteriza o servidor público. A gente vive o sucateamento da rede federal há anos e todo esse tempo os profissionais têm feito de tudo para a rede se manter de pé. Até na época da Covid, trabalhamos sem EPI [Equipamento de Proteção Individual], sem insumos e, mesmo assim, arriscamos as nossas vidas para salvar vidas. Estaremos aqui e iremos fazer outros movimentos para mostrar que somos contrários a esta atitude que ela tomou de fatiar a rede federal de saúde”, criticou.

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