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domingo, abril 28, 2024
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SAÚDE FEDERAL EXIGE: FORA DO DGH ALEXANDRE TELES!

Servidores do Hospital Federal Cardoso Fontes paralisaram suas atividades nesta sexta-feira (8/3). Pela manhã, ocuparam o hall de entrada do prédio onde funciona o Departamento de Gestão Hospitalar (DGH), na Rua México, 128, Centro, exigindo a exoneração de Alexandre Telles, coordenador do órgão. A mobilização cobrou ainda concurso público, reajuste linear para todos os servidores e fim do assédio moral.

“O Alexandre mentiu e fez tudo ao contrário do que se comprometeu: reduziu o orçamento da rede federal do Rio de Janeiro, não fez concurso público para acabar com o déficit de pessoal de mais de 12 mil servidores, aumentando o caos existente nas unidades para então justificar a entrega da saúde federal para a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) ou a Rio Saúde, primeiro passo para a privatização dos hospitais federais. É um péssimo gestor e pelo aumento do caos nas unidades tem que ser demitido”, afirmou a diretora do Sindsprev/RJ, Christiane Gerado.

Servidores exigem ser recebidos por Telles. Foto: Niko.

A dirigente lembrou que para preparar a privatização, Telles criou uma Coordenação-Geral de Governança Hospitalar, subordinada ao DGH, que centraliza a gestão das unidades e acaba com o trabalho conjunto com as diretorias dos hospitais, o que não se viu nem no governo Bolsonaro. A medida foi tomada como forma de encobrir a recusa do DGH e do Ministério da Saúde em resolver o problema crônico da falta de verbas que vem se arrastando há décadas e se aprofundou com o novo governo.

Centralização e desvio de verba

“Ao fazer isto, o DGH passa a centralizar, inclusive, todas as compras, algo que já foi feito na rede estadual quando o secretário de saúde era Sérgio Cortes, e acabou preso sob a acusação de desvio de verba”, lembrou a dirigente. “Tem que haver transparência e isso não será alcançado com decisões sendo tomadas por seis pessoas que sequer têm noção do que se passa nas unidades”, disse.

Policiais militares observam do lado de fora do DGH. A Tropa de Choque está dentro do prédio. Foto: Niko.

Sidney Castro, também diretor do Sindicato, frisou que a situação de abandono dos hospitais federais deve se agravar ainda mais em função das decisões equivocadas tomadas por Alexandre Telles. Entre elas a não renovação dos mais de 1.500 contratos temporários que vencem em maio. “Alexandre agravou a situação que já era precária com suas decisões alopradas. Não há mais condições de permanecer no cargo”, disse o dirigente.

O diretor frisou ainda que Telles, no documento em que tenta justificar a centralização, joga a culpa pelo abandono dos hospitais nos servidores e gestores. “No documento tenta desqualificar nosso trabalho, como se a crise tivesse sido criada por nós e não pela negativa dele e do ministério da Saúde em acabar com o sucateamento da rede através do aumento do orçamento”, criticou Sidney.

Passeata e ocupação

Os servidores chegaram ao prédio do DGH às 10h25, depois de sair em passeata da frente da Sala Cecília Meireles, na Lapa, próximo à sede do Sindsprev/RJ. Após ser negado pedido de audiência com Alexandre Telles, ocuparam o hall de entrada do prédio da Rua México, 128, passando pelos seguranças. Foram impedidos de subir pelos elevadores até o gabinete de Telles, decidindo, então, manter a ocupação.

Perto das 11 horas, chegaram policiais da tropa de choque da polícia militar. Após negociação com o Sindicato, se mantiveram à distância.

Às 11h30, Christiane e Sidney foram chamados para uma negociação com Telles, que não permitiu que acontecesse em seu gabinete. Diante da recusa, ambos desceram pelas escadas até o térreo, mas foram impedidos pelos seguranças de entrar no hall para conversar com os servidores da ocupação. Ficaram retidos nas escadas pelos vigilantes por ordem de Alexandre Telles que com todas estas atitudes mostra não estar preparado para exercer uma gestão democrática no DGH, não parecendo representar, assim, a ministra Nísia Trindade, o governo Lula, ou o Partido dos Trabalhadores, ao qual pertence, e o Sindicato dos Médicos, do qual foi presidente.

Os servidores decidiram manter a ocupação, fizeram jograis e gritavam palavras de ordem como “Fora Alexandre Telles” e “Alexandre Telles, pode esperar, a tua hora vai chegar”. Palavras de ordem também contra a privatização: “A nossa luta, é todo o dia, a saúde não é mercadoria”.

Por volta do meio-dia, Telles decide criar confusão. Desce até o hall com uma caixa de som para falar com os servidores, que viraram de costas para ele, exigindo ser recebidos em seu gabinete no 9º andar. Até o fechamento desta matéria, às 14h30, os servidores não haviam sido recebidos.

Pouco antes da ocupação, funcionários do Cardoso Fontes chegam à Rua México, em passeata. Foto: Niko.

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