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quarta-feira, maio 15, 2024
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Proibição de férias aos profissionais da saúde federal do Rio é medida cínica e desumana

Por meio do Ofício Circular nº 57, de 30 de julho deste ano, o  superintendente estadual do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro, George da Silva Divério, manteve suspensas as férias dos profissionais de saúde lotados nos seis hospitais federais do Rio (Bonsucesso, Andaraí, Cardoso Fontes, Lagoa, Ipanema e Servidores do Estado). A alegação do superintendente para a suspensão das férias é a de supostamente “evitar” o comprometimento das medidas de enfrentamento à covid-19 durante a situação de calamidade e emergência sanitária decretada em função da pandemia.

A alegação citada por George Divério como suposta “justificativa” para a suspensão das férias — a necessidade de não prejudicar o combate ao novo coronavírus — seria até aceitável, não fosse por um detalhe relevante: o de que, em todas as unidades federais de saúde, existe atualmente um déficit de 10 mil servidores. Problema causado pela suspensão de concursos públicos e pelo intenso desmonte praticado pelo governo nessas unidades. O resultado tem sido uma sobrecarga cada vez maior de trabalho sobre os profissionais de saúde em atividade nessas unidades, levando-os ao esgotamento. Profissionais que, além de expostos à covid, estão à beira de um colapso físico e mental, o que é profundamente desumano.

“Desde o início do ano os profissionais de saúde das unidades federais estão proibidos de gozar suas merecidas férias. É absurdo que o próprio governo promova a flexibilização das visitas hospitalares e das medidas de distanciamento social, mas não permite que os profissionais de saúde tenham seu merecido descanso. Profissionais que atuam na linha de frente do combate à covid, muitas vezes sem EPIs e exercendo suas funções em unidades superlotadas. É enlouquecedor. O governo finge não ver esta situação que ele mesmo criou ao suspender concursos públicos e reduzir efetivos na saúde federal”, afirmou Cristiane Gerardo, dirigente regional do Sindsprev/RJ.

O Sindsprev/RJ continuará reivindicando que os profissionais de saúde possam gozar suas merecidas férias. A obrigação de prover as unidades federais de recursos humanos suficientes é do Ministério da Saúde. Proibir os profissionais de entrarem de férias é jogar sobre esses trabalhadores o ônus do caos na saúde gerado pelo próprio governo.

 

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