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domingo, maio 5, 2024
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Profissionais de enfermagem do Cardoso Fontes repudiam postura desrespeitosa da divisão assistencial

Servidores do Hospital Federal Cardoso Fontes (HFCF), em Jacarepaguá, fizeram na manhã desta segunda-feira (29/5) uma manifestação de desagravo aos profissionais de enfermagem daquela unidade. Organizada pelo Sindsprev/RJ, a manifestação também repudiou o comportamento da atual chefe da Divisão Assistencial do Hospital Cardoso Fontes, médica Maria Aparecida Siqueira de Andrade. Em reunião ocorrida no último dia 25/5, Maria Aparecida acusou a enfermagem de “lotar os corredores do Cardoso Fontes com macas”, afirmando também que a chefia de enfermagem “não sabe conduzir os seus serviços”.

O ato desta segunda-feira (29) foi realizado num dos corredores de acesso ao Jardim de Inverno do hospital e teve a participação de Alexandre Teles, titular do Departamento de Gestão Hospitalar (DGH) do Ministério da Saúde no Rio. Teles também é o novo diretor interino do Cardoso Fontes. Além de saudar a luta da enfermagem por reconhecimento e valorização, o titular do DGH anunciou que a chefia de enfermagem do hospital, hoje exercida por Maria Fernanda Souza, foi transformada em coordenação de enfermagem e ficará subordinada diretamente à direção-geral do Cardoso Fontes. Na prática, a decisão significa que a enfermagem não mais ficará subordinada à divisão assistencial comandada pela Dra. Maria Aparecida.

“Foi sem dúvida uma vitória de toda a enfermagem do nosso hospital essa transformação da chefia de enfermagem em coordenação e sua desvinculação da divisão assistencial chefiada pela Dra. Aparecida. No entanto, a manutenção da Dra. Aparecida como diretora assistencial é uma afronta aos princípios da Ciência e ao exercício profissional da enfermagem. Por isso pedimos sensibilidade para os problemas que estamos vivenciando. Não concordamos com a política de impor um tratamento desumano aos pacientes e usuários do hospital”, pontuou Cristiane Gerardo, dirigente regional do Sindsprev/RJ.

Indignados com a postura da chefe da divisão assistencial, profissionais de enfermagem exigiram respeito durante o ato de desagravo. Foto: Mayara Alves.

Numa fala de tom conciliatório, Alexandre Teles afirmou seu compromisso de reerguer o Hospital Cardoso Fontes, sobretudo com relação ao abastecimento da unidade e à recomposição de sua força de trabalho. Nesse sentido, o diretor interino pediu um prazo para solução dos problemas. “Não posso aceitar que os problemas não sejam resolvidos, pois o nosso compromisso é com uma saúde de qualidade”, disse.

Em uma segunda fala durante o ato, Cristiane Gerardo verbalizou a indignação do corpo de enfermagem com as posturas agressivas da chefe da divisão assistencial. “O que a Dra. Aparecida praticou foi um grande desrespeito com todos os profissionais de enfermagem. O nosso hospital é uma unidade de emergência aberta e aqui nós não mandamos embora ninguém que precise de assistência. Afinal, não cabe ao serviço de enfermagem fazer triagem, mas apenas a classificação de risco, o nível de urgência e risco de vida dos pacientes. Se um determinado paciente será ou não atendido, esta é uma decisão de critério médico”.

A chefia de enfermagem do Hospital Federal Cardoso Fontes é a única eleita em todo o Estado do Rio, em votações que ocorrem há mais de20 anos.

“Não cabe ao serviço de enfermagem fazer triagem, mas apenas a classificação de risco dos pacientes”, afirmou Cristiane Gerardo durante a manifestação. Foto: Mayara Alves.

Tentativa de intimidação

Durante o ato de desagravo desta segunda (29), o cirurgião-geral conhecido como Dr. Medina tentou interpelar alguns profissionais de enfermagem, perguntando-lhes o que estariam fazendo ali. Ao ouvir a explicação, Medina ordenou que os profissionais da enfermagem “voltassem a trabalhar”, no que obviamente não foi atendido. Em seguida, uma residente da cirugia, de nome Luzia, dirigiu-se aos profissionais de enfermagem com palavrões.

“Esses fatos mostram porque é tão necessário a enfermagem continuar resistindo. Um pouco antes do nosso ato da enfermagem, ocorreu a assembleia do corpo clínico, com presença do Dr. Medina, que em nenhum momento achou que seus colegas médicos não estavam trabalhando. Por tudo isto é que em seguida fomos ao gabinete do DGH para cobrar providências, ficando acordado que nós vamos registrar o ocorrido”, concluiu Cristiane Gerardo.

 

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