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terça-feira, maio 14, 2024
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Por falta de verbas, quase metade das universidades federais brasileiras podem fechar as portas ainda este ano

Reportagem do jornal O Globo publicada nesta segunda-feira (7/6) mostra que quase metade — ou 30 de 69 — das universidades federais brasileiras não conseguirão chegar ao fim de 2021 com o orçamento atual, mesmo que todos os recursos previstos para este ano sejam desbloqueados. Juntas, essas universidades reúnem mais de 500 mil dos 1,3 milhão universitários da rede. Entre as universidades que ficarão inviabilizadas estão UFRJ, UFF, UFMA, UFBA, UFPE, UFABC e UFES.

Na prática, o subfinanciamento dessas universidades significa que prédios poderão ser fechados e atividades essenciais, como pesquisas, serão interrompidas. O retorno presencial ainda em 2021 será descartado e até mesmo as atividades remotas podem parar.

Neste ano, a rede federal de educação superior possui R$ 4,3 bilhões para gastos discricionários. Desses, R$ 789 milhões (ou 17%) ainda estão indisponíveis, aguardando liberação do Ministério da Educação (MEC). Para resolver o problema, as universidades reivindicam que o orçamento suba para o mesmo nível de 2020, de aproximadamente R$ 5,6 bilhões.

Para se ter uma ideia da queda dos recursos, em 2011 as universidades federais já tiveram R$ 12 bilhões de verba disponível. Recursos indispensáveis para que elas façam frente a despesas como contas de água, luz, segurança, limpeza, reformas, compras de equipamentos e insumos para pesquisas, além do pagamento de bolsas para que alunos pobres possam continuar seus estudos.

Em função do corte de verbas sem precedentes, a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), por exemplo, reduziu 869 bolsas de pesquisa e diminuiu o valor das que pagam a assistência estudantil. Com os cortes, o déficit da instituição subiu para R$ 13 milhões.

Algumas universidades, como a UniRio, tiveram todo o orçamento para investimentos cortado. Isso significa que não será possível, por exemplo, reformar alguns prédios históricos da instituição, como o Centro de Letras e Artes e o Centro de Ciências Jurídicas e Políticas, que chegam a ter partes interditadas por má conservação.

“O orçamento discricionário da Unirio há muito já está abaixo do limite mínimo de suas despesas correntes e, diante da atual conjuntura imposta, inviabiliza o cumprimento de demandas, tais como o combate a incêndio e pânico, a acessibilidade, a eficiência energética, a tecnologia da informação e comunicação, as obras paralisadas (em especial a conclusão do prédio do Centro de Ciências Humanas e Sociais), a aquisição de mobiliários e equipamentos, a aquisição de livros e material didático e a aquisição de equipamentos para laboratórios”, afirmou a universidade.

Os cortes orçamentários das universidades federais são o resultado de uma política extremamente hostil ao desenvolvimento da Ciência no Brasil. Política praticada desde o início do governo Bolsonaro, um governo negacionista que vem se destacando pelo ataque a pesquisadores e instituições científicas. Governo que, por seu negacionismo e irresponsabilidade, é o maior responsável pelos quase 500 mil mortos de covid no Brasil.

 

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