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terça-feira, maio 14, 2024
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Nomeação de Bousquet pode complicar Witzel no processo de impeachment

Por suas ligações com o governo de Sérgio Cabral Filho (PMDB-RJ), o recém-empossado secretário estadual de saúde do Rio de Janeiro, tenente-coronel Alex Bousquet, pode complicar a situação do governador Wilson Witzel (PSC-RJ), que enfrenta um processo de impeachment na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). Informações sobre o passado do militar estão sendo levantadas, entre elas o fato de ser homem de confiança do então secretário de saúde do estado, Sérgio Côrtes, condenado e preso pela Operação Lava Jato por crimes cometidos na saúde pública federal e estadual.

Em função desta relação de confiança, Bousquet foi nomeado em julho de 2012 para uma missão que, em qualquer país do mundo poderia levá-lo, no mínimo, à cassação do registro profissional: desmontar o Hospital Central do Iaserj, retirando dali todos os equipamentos, transferindo compulsoriamente pacientes, a fim de possibilitar a demolição da unidade. A desativação começou em 14 de julho de 2012 e a demolição, graças ao sucesso do trabalho de Bousquet foi iniciada em agosto daquele ano.

Hospital demolido

O plano de Cabral era no mínimo polêmico: doar o terreno do Iaserj, que não era do governo estadual mas dos servidores do estado, para que o Instituto Nacional do Câncer (Inca) construísse no local, com dinheiro federal, uma obra faraônica, um centro de pesquisas em oncologia, que consumiria mais de meio bilhão de reais. O projeto megalômano não foi à frente porque a empreiteira, a Schain Engenharia, passou a ser também investigada pela Operação Lava Jato por desvio de dinheiro público. No lugar há um terreno baldio cheio de mato, ratos e mosquitos.

A destruição de um hospital, que poderia estar hoje atendendo a pacientes contaminados pela covid-19 – tinha 400 leitos, muitos deles de CTI e atendia a 9 mil pessoas – não é citada no currículo do tenente-coronel. Nem sua ligação com o governo mais corrupto que o estado do Rio de Janeiro já teve.

Bousquet tinha inteiro conhecimento das consequências de seus atos. Como militar e médico sabia do prejuízo gigantesco que traria à população do Rio de Janeiro e de cidades vizinhas atendidas pelo Iaserj. E, mesmo assim, foi em frente. Agora, apesar deste seu passado, é indicado pelo governador Witzel para ser titular da secretaria de saúde com duas missões: estancar a corrupção na pasta, que pode envolver inclusive o governador, e tornar a rede de hospitais públicos capaz de socorrer a população num momento de pico da pandemia.

Egresso de um governo corrupto

A pergunta que muitos se fazem é: por que, em plena pandemia, o governador Wilson Witzel escolheu para titular de uma secretaria estratégica justamente um militar-médico egresso de um governo corrupto, que ajudou a demolir um hospital público? E justamente num momento em que enfrenta investigações provenientes da abertura de um processo de impeachment na Alerj?

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É sempre bom lembrar: Cabral está preso em Bangu. Foi condenado a 280 anos de prisão em inúmeras ações decorrentes de investigações feitas pela Operação Lava Jato por corrupção, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro, entre outras. Mas não foram estes seus únicos crimes graves: ele fechou pelo menos quatro hospitais, e demoliu um deles, o do Iaserj.

A relação com Côrtes também não abrilhanta o currículo de Bousquet. Preso duas vezes na operação Lava-Jato, Sergio Côrtes foi acusado de receber propina de empresários e de comandar o esquema de corrupção na saúde, durante as gestões do ex-governador Sergio Cabral Filho (PMDB).

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No período em que Sergio Côrtes geriu a saúde do estado (2007-2013), a rede hospitalar foi ainda mais sucateada. Foi também na gestão de Côrtes que o governo Cabral Filho promoveu a criminosa demolição do Hospital Central do Iaserj, na Cruz Vermelha, prejudicando milhares de pacientes que diariamente buscavam atendimento naquela importante unidade. Por todos estes fatos, teve seu registro cassado pelo Conselho de Medicina do Estado do Rio de Janeiro e pelo Conselho Federal de Medicina.

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Mais de 500 milhões jogados no lixo

O ‘projeto’ do qual Bousquet participou envolvia mais de meio bilhão de reais. No terreno do hospital demolido seria construído um centro de pesquisas pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca), comandado na época por Luiz Antônio Santini. Fora o preço da demolição e do projeto arquitetônico, a obra faraônica custaria mais de R$ 500 milhões. Auditores do Tribunal de Contas da União (TCU), constataram que o valor era superfaturado. Mas os ministros do TCU, mesmo assim, autorizaram a demolição e a obra que, no entanto, não foi à frente.

Ainda na fase de terraplanagem, foi interrompida porque a empreiteira contratada pelo Inca, a Schain Engenharia, passou a ser investigada por desvio de dinheiro público pela Operação Lava Jato. Não se sabe o que foi feito com este dinheiro federal. Desde então, o local transformou-se num terreno baldio. Ninguém foi preso por isto. Pelo contrário: Bousquet, passados tantos anos, foi nomeado secretário estadual de saúde.

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