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sábado, abril 27, 2024
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Limitação do juro do rotativo não afeta bancos nem resolve problema do endividamento

A decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN) de limitar os juros do rotativo a 100% ao ano, ou seja, o montante ‘só pode dobrar’, em relação à dívida original, não resolve o grave problema do enorme número de famílias inadimplentes e garante a manutenção do lucro dos bancos. O Brasil encerrou novembro de 2023 com 71,82 milhões de inadimplentes. O número representa 43,82% do total da população adulta do país.

A decisão do CMN – órgão formado pelo ministro da Fazenda, o do Planejamento e pelo presidente do Banco Central – não ajuda a reduzir este número. Com a mudança, se uma pessoa deve R$ 2 mil, o banco poderá cobrar juros até o valor de R$ 4 mil, assegurando ganhos enormes aos bancos e mantendo as pessoas sem condição de saldar uma dívida que simplesmente dobra.

A alegação do governo, ao defender a proposta, é a de que os juros do rotativo do cartão de crédito chegavam a mais de 416% ao ano. Mas, se queria acabar com esta situação indecente e que coloca em risco a vida de milhões de famílias, poderia enviar projeto ao Congresso Nacional, reintroduzindo na Constituição Federal, artigo limitando em 12% os juros.

A manutenção do endividamento das famílias e dos juros altos, além de beneficiar o sistema financeiro, impede a retomada do crescimento econômico. Tem impacto negativo também nos preços, gerando mais inflação, maior desemprego, miséria e concentração de renda nas mãos dos muito ricos.

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