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quarta-feira, maio 1, 2024
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Hoje (18/4), às 14h, no TJ-RJ: ato exige Justiça para Claudia Ferreira e outras vítimas de violências do Estado Brasileiro

A Secretaria de Gênero, Raça e Etnia do Sindsprev/RJ, a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e o Movimento Negro Unificado (MNU) convocam trabalhadores e a população carioca a participarem da manifestação ‘Justiça para Cláudia Ferreira’, que acontece hoje (18/4), a partir das 14h, em frente à entrada principal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), na Av. Erasmo Braga, 115 – Centro.

Auxiliar de serviços que morava em Madureira, Claudia Ferreira foi atingida por tiros disparados pela PM, nas proximidades de sua residência. A pretexto de “socorrê-la”, os policiais jogaram Claudia no porta-malas de uma viatura e saíram em disparada. Durante o trajeto, o bagageiro se abriu, e Claudia foi arrastada pelo asfalto. A viatura ainda circulou em alta velocidade por quase 400 metros. Quando os PMs chegaram com Claudia ao Hospital Estadual Carlos Chagas (Marechal Hermes), a vítima já estava morta. Claudia tinha 38 anos de idade, era negra e mãe de 4 filhos. O caso ocorreu em 2014.

Em uma decisão que causou indignação, em março deste ano o juiz Alexandre Abrahão Teixeira, do 3º Tribunal do Júri, inocentou seis policiais militares acusados de matar e arrastar Claudia Ferreira em um carro da corporação. Todos respondiam na Justiça por homicídio e por remover o corpo de Cláudia do local.

Na sentença da Justiça, o magistrado alegou que os policiais atiraram em traficantes e incorreram em “erro de execução”. “Os acusados agiram em legítima defesa para repelir a injusta agressão provocada pelos criminosos, incorrendo em erro na execução, atingindo pessoa diversa da pretendida”, escreveu o juiz Alexandre Abrahão Teixeira.

Cartaz do MNU pedindo Justiça por Claudia Ferreira e todas as vítimas do arbítrio do Estado brasileiro.

A decisão da Justiça absolveu o capitão Rodrigo Medeiros Boaventura, que comandava a patrulha, e o sargento Zaqueu de Jesus Pereira Bueno. A Justiça também absolveu os subtenentes Adir Serrano Machado e Rodney Miguel Archanjo, o sargento Alex Sandro da Silva Alves e o cabo Gustavo Ribeiro Meirelles, denunciados pela remoção do corpo de Cláudia do local.

O protesto de hoje (18/4) também será em desagravo a todas as vítimas das arbitrariedades e violências cometidas por agentes do Estado brasileiro, com destaque para o ocorrido com Kathlin Romeu e Emily Rebecca. Arbitrariedades e violências que, em muitos casos, resultaram em chacinas ocorridas durante operações policiais.

Segundo levantamento realizado pelo Instituto Fogo Cruzado, operações policiais provocaram 283 chacinas, de agosto de 2016 a julho de 2023, na região metropolitana do Rio de Janeiro. Cerca de 1.137 civis (ou seja, não policiais) morreram nessas ações.

O Instituto Fogo Cruzado considera chacinas os episódios de violência em que há três ou mais mortos. Quando isso ocorre durante operações da polícia, são chamadas de chacinas policiais.

De acordo com o levantamento, a região do Grande Rio com maior número de chacinas e mortes é a zona norte da cidade do Rio de Janeiro, com 73 ações que resultaram em 373 mortes. Em seguida, aparecem a Baixada Fluminense (com 72 casos e 255 mortos) e Leste Metropolitano (com 70 casos e 252 mortes).

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