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sexta-feira, maio 17, 2024
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Falta de médicos leva ao fechamento da emergência do Hospital de Bonsucesso

Reunido com Sindsprev/RJ, Sindicato dos Enfermeiros do Rio, Fenasps e servidores do Hospital Federal de Bonsucesso (HFB), o diretor interino da unidade, Paulo Roberto Cotrim de Souza, manifestou apoio à busca de uma solução urgente para o problema da falta de recursos humanos, sobretudo médicos, no Hospital. Após informar já ter relatado o problema ao Ministério da Saúde e reconhecer a gravidade da situação, Cotrim porém admitiu não ter como solucionar a demanda imediatamente. Realizada a pedido do Sindsprev/RJ, a reunião aconteceu na última quinta-feira 27, no próprio HFB, mesmo dia em que o corpo clínico do hospital recomendou o fechamento da emergência por falta de pessoal. Nesta sexta 28, a emergência do Hospital de Bonsucesso passou a funcionar com um único médico e a previsão é de que não haja nenhum profissional no final de semana, deixando milhares de pessoas sem atendimento. “A situação chegou a um nível absurdo e inimaginável, pois a emergência é sempre o primeiro atendimento oferecido aos pacientes graves que chegam aqui. Não pode faltar profissionais em nenhum setor, menos ainda na emergência. As pessoas que procuram o Hospital têm que ser atendidas e precisamos reverter isto”, afirmou Rolando Medeiros, da direção do Sindsprev/RJ.

‘Estamos lidando com vidas’, diz servidora

Dirigente da Fenasps, a servidora Lúcia Pádua também criticou a situação a que chegou o HFB. “Nos causa absoluta perplexidade assistirmos ao fechamento da emergência devido à falta de médicos, o que não pode ser tratado como uma coisa natural. Afinal, estamos lidando com vidas humanas, e não com coisas. Isto já aconteceu no Hospital do Andaraí. É inaceitável”, disse.

“Este hospital está sendo prejudicado pela política de desmonte do serviço público praticada pelo governo, que não faz concurso público para reposição dos profissionais. Aqui no HFB nós não mentimos para a população. Nós dizemos que as condições são precárias e que a culpa não é dos servidores, mas de uma política que ataca o SUS”, completou a servidora Tatiana Martins Alves.

Com 31 leitos e 11 poltronas, a emergência do HFB foi inaugurada em fevereiro de 2018. Desde então, funcionou precariamente e sem o quantitativo de pessoal necessário ao atendimento dos milhares de pacientes que todos os meses procuram o setor.

Justificativas e recadastramento de servidores

Outros assuntos tratados na reunião com Paulo Cotrim foram a limitação para as trocas de plantões (justificativas) e o recadastramento de servidores promovido pelo Ministério da Saúde. Sobre o primeiro ponto, embora a Coordenação-Geral de Gestão de Pessoas (COGEP) do Ministério da Saúde já tenha concordado em revogar a limitação para as justificativas, tendo em vista os problemas no SIREF, Paulo Cotrim informou ter prorrogado por mais um mês, até o dia 1º de agosto, o prazo para que os servidores se adaptem às novas regras previstas no ofício publicado dia 15/5 pelo extinto Departamento de Gestão Hospitalar (DGH). Quanto ao segundo ponto, Cotrim disse que prorrogará por mais 10 dias úteis, a partir de 28 de junho, o prazo para que todos os servidores do HFB passem pelo recadastramento iniciado em 5 de junho. “Eu estou me colocando a favor de vocês, independente de ser punido ou não”, afirmou Paulo Cotrim aos servidores. O recadastramento está sendo feito com o auxílio de cinco servidores cedidos pelo DGH do Rio à direção-geral do Hospital de Bonsucesso.

Leia matéria específica sobre a audiência do Sindsprev/RJ com o Ministério da Saúde, clicando aqui.

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