Reunidos em assembleia híbrida realizada na noite de quarta-feira (14/5), no Sindsprev/RJ, servidores do INSS aprovaram o indicativo de realização de um Dia Nacional de Luta em Defesa da Previdência Social. Ainda sem data definida, a atividade será a resposta aos ataques movidos pela mídia empresarial contra o INSS, em função do recente escândalo dos descontos fraudulentos praticados sobre proventos de aposentados e pensionistas do instituto.
Pelo indicativo aprovado na assembleia, o Sindsprev/RJ deverá procurar outras entidades representativas da seguridade e do seguro social — como Fenasps e sindicatos filiados, Condsef e CNTSS — visando construir um calendário unificado do Dia Nacional de Luta em Defesa da Previdência Social. Para o Sindsprev/RJ, os eixos temáticos da manifestação devem ser os seguintes: todo apoio ao combate às fraudes, pela dignidade dos servidores e segurados do INSS, pelo fim do Programa de Gestão e Desempenho (PGD), cumprimento dos acordos de greve, concurso público, fim do sucateamento e pela reestruturação da autarquia.
Fenasps e Gilberto Waller se reúnem nesta sexta-feira (16/5)
Outros pontos abordados na assembleia foram: a expectativa para a audiência que acontecerá nesta sexta-feira (16/5), em Brasília, entre representantes da Fenasps (federação nacional) e o novo presidente do INSS, Gilberto Waller Jr.; as denúncias de autoritarismo e assédio praticados por gestores do INSS contra servidores, sobretudo na implementação do PGD; os descontos de vale-transporte e auxílio-alimentação que o INSS pretende aplicar, no próximo pagamento, sobre os salários dos servidores que exerceram suas atividades em trabalho remoto durante a pandemia de Covid-19; e as recentes exonerações de 28 gerentes regionais do INSS em vários estados brasileiros, incluindo o estado do Rio.
Sobre a audiência com Gilberto Waller Jr., o Sindsprev/RJ considera muito importante que a federação nacional apresente as principais demandas e pendências dos trabalhadores do INSS em nível nacional, mas também aquelas específicas dos estados, de acordo com cada realidade regional.
Quanto às denúncias de autoritarismo, foi relatado na assembleia o caso ocorrido na APS Angra dos Reis, onde cinco servidores foram enviados à Corregedoria do INSS antes mesmo de expirar o prazo para aderirem (ou não) ao PGD. “Há um ambiente muito ruim, no qual os servidores se sentem mal. Alguns até mesmo já cogitaram a possibilidade de paralisação”, explicou Irineu Santana, dirigente do Sindsprev/RJ, em relação aos constrangimentos na APS de Angra dos Reis.
Em relação à forma proposta pelo INSS para os descontos de vale-transporte e auxílio-alimentação pagos durante a Covid, o Sindsprev/RJ considera fundamental a Fenasps exigir da autarquia que considere as contrarrazões apresentadas pelos servidores, como a necessidade de parcelamento e divergências sobre a contabilidade utilizada como base para aplicação dos descontos.
Caos absoluto impera na gestão do INSS em todo o país
Na questão das 28 exonerações de gerentes do INSS em vários estados do país, a servidora Carlas Assis Gabri manifestou preocupação com as consequências. “Esta notícia é muito grave porque muitas agências podem ter seu funcionamento ainda mais prejudicado, em função do número cada vez mais reduzido de servidores. Além do mais, o fato foi noticiado de forma equivocada pelo portal Metrópoles, que chamou de ‘demissões’ as exonerações feitas, como se o fato tivesse alguma relação com o recente escândalo das fraudes no INSS”, disse ela.
A avaliação geral da assembleia foi de que no momento impera o mais absoluto caos gerencial no INSS, situação que vem sendo aproveitada pela mídia empresarial para lançar uma violenta e desonesta campanha de desmoralização da autarquia e de seus trabalhadores. Tudo com o objetivo de abrir caminho à privatização.
“Temos que nos posicionar sobre os ataques movidos contra o INSS e a previdência social porque nós, servidores, somo tão vítimas quanto os segurados. Daí o nosso indicativo de um dia nacional de luta, a ser organizado com as demais entidades representativas. A grande verdade é que, infelizmente, nada avançou nas nossas pautas e nada foi atendido, como mostram a situação do PGD e as precárias condições de trabalho e atendimento na maioria das APS”, pontuou Carlos Vinícius Lopes, dirigente do Sindsprev/RJ.
Boletim Especial do INSS foi bem recebido por servidores
O servidor Osvaldo Monsores informou sobre a boa repercussão, junto aos trabalhadores e trabalhadoras do INSS, do Boletim Especial que o Sindsprev/RJ editou logo após eclodir o escândalo dos descontos fraudulentos sobre aposentados e pensionistas. Além das tabelas salariais atualizadas para os níveis auxiliar, técnico e superior, a edição contém o texto da Nota pública pelo Sindsprev/RJ posicionando-se pela rigorosa apuração das fraudes e em defesa da previdência pública. A edição pode ser acessada no link abaixo:
“Sob a atual crise, o Sindprev/RJ pode cumprir um papel importante no resgate do INSS e do estado do Rio na luta em defesa da previdência pública. Vivemos problemas derivados da falta de estrutura e também do fato de o governo não considerar as dificuldades dos segurados no manejo de canais remotos. Precisamos falar das mazelas do INSS para fazer um contraponto à abordagem da mídia, mostrando à população que os problemas de atendimento são provocados pela falta de concurso público e de manutenção das agências, entre outros problemas. Precisamos barrar qualquer projeto de privatização ou terceirização do INSS”, frisou Paulo Américo Machado, também dirigente do Sindsprev/RJ.
