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sábado, maio 4, 2024
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Após reforma da previdência, trabalhadores(as) demoram (em média) quase 3 anos a mais para se aposentar

Os segurados do INSS estão levando, em média, 2,8 anos a mais para conseguir se aposentar após a aprovação da reforma da Previdência. O tempo adicional exigido para concessão da aposentadoria é maior para os homens (3,5 anos) do que para as mulheres (2 anos).

Os dados foram retratados em estudo do então Ministério do Trabalho e Previdência sob a gestão de Jair Bolsonaro (PL).

Segundo reportagem do jornal ‘O Tempo’, de Belo Horizonte, o estudo comparou dados de 2021, os mais recentes disponíveis, com o quadro observado em 2019, último ano de vigência das antigas regras previdenciárias.

A referência usada foi a idade do segurado na data de início do benefício, e o objetivo dos técnicos era estimar os primeiros efeitos da reforma sobre a idade média de aposentadoria, variável considerada peça-chave para a maior sustentabilidade do Regime Geral de Previdência Social (RGPS).

Segundo os resultados, a idade média de aposentadoria dos homens passou de 58,7 para 62,2 anos, entre 2019 e 2021. Entre as mulheres, o patamar passou de 57,3 para 59,3 anos. O aumento das faixas etárias tem relação com uma das mudanças centrais da reforma da Previdência: a fixação de idades mínimas de aposentadoria em 65 anos para homens e 62 anos para mulheres.

Aprovada em 2029 com apoio de Bolsonaro e da maioria do Congresso Nacional, a reforma da previdência representou um dos mais injustos e covardes golpes já aplicados contra os trabalhadores e trabalhadoras na história do Brasil, cassando direitos adquiridos de milhões de segurados do INSS.

A reforma foi na época defendida por Bolsonaro e parlamentares aliados ao governo anterior a partir de um discurso mentiroso, que afirmava ser “deficitária” a previdência pública brasileira. Discurso que sempre omitiu o conjunto de receitas previdenciárias, que não se limitam às contribuições de trabalhadores e empresas, mas também incluem fontes como a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), a Contribuição Sobre o Lucro Líquido (CSLL) e os recursos oriundos de loterias administradas pela Caixa Econômica Federal.

Durante todo o seu horrendo mandato, além de aprovar a reforma da previdência, Bolsonaro tentou esvaziar a previdência pública e assim abrir caminho para a implantação do modelo de previdência privada conhecido como capitalização. Neste modelo, as empresas ficariam isentas de efetuar qualquer contribuição para a futura aposentadoria de seus trabalhadores. Ou seja: é o paraíso para os patrões, e o inferno para os trabalhadores. Importante lembrar que a capitalização foi o modelo de previdência adotado no Chile, já nos anos 70. O resultado foi levar milhões de trabalhadores daquele país à mais absoluta miséria.

A tentativa de Bolsonaro de destruir a previdência pública também ficou evidente na não-realização de concursos públicos para recomposição da força de trabalho do INSS, onde há um déficit superior a 20 mil servidores. O resultado foi produzir uma fila de espera de benefícios que, em todo o país, já supera o inacreditável número de 3 milhões de pessoas.

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