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quinta-feira, novembro 21, 2024
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Luta antirracista no Brasil: jovens negros da periferia são protagonistas dos atos do Rio e São Paulo

Os protagonistas dos protestos de São Paulo e do Rio de Janeiro, na tarde deste domingo (31/5) foram os jovens da periferia.
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E não por acaso. Este setor da população sempre foi o mais atingido pela violência do Estado – seja pela truculência policial, ou pela ausência das condições básicas da rede pública de saúde.

Este ano, com a pandemia do novo coronavírus, a população negra da periferia passa por um processo de verdadeiro genocídio.
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O que acontece, não só pela rápida propagação da doença, devido ao sistemático corte de verbas da saúde e à precariedade das condições de moradia e saneamento como também pela continuidade da violência descabida da polícia, uma desumanidade absurda, que continua mesmo em meio ao drama da pandemia.

Embora as pautas dos protestos fossem distintas – a de São Paulo foi em defesa da democracia e contra o autoritarismo de Bolsonaro e a do Rio a do combate à violência policial contra a população negra – os participantes de ambas foram, em sua maioria, jovens negros da periferia. Nas duas as motivações foram o desespero e a revolta por verem familiares e amigos morrendo, seja porque Bolsonaro prefere atacar a democracia e o isolamento social quando deveria se utilizar de todos os recursos do Estado para proteger a população da Covid-19, ou porque a polícia militar do governador Wilson Witzel, também de extrema direita, continua fazendo incursões nas favelas, provocando a morte em série de jovens negros.

O protesto da Avenida Paulista foi articulado por torcidas organizadas, compostas em sua maioria por jovens da periferia que foram para a rua, numa atitude heroica e desesperada, se expondo à contaminação pela Covid-19 para se contrapor às manifestações de apoio a Bolsonaro, o presidente que ao não liderar a luta contra o coronavírus atinge principalmente a população mais carente. Já o protesto carioca, mobilizado por associações de moradores de favelas e movimentos ligados à população negra, foi mais específico, contra a violência policial nas favelas que continua resultando na morte de crianças e jovens negros às centenas, fustigados também pela pandemia.
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Nas duas, a ação dos governadores foi igual: ordenaram a intervenção violenta da polícia militar, com o detalhe de que, na do Rio de Janeiro, a violência aconteceu quando o protesto já havia terminado e chegavam algumas pessoas atrasadas. Mais uma vez o poder público mostrou o quanto é racista e covarde ao tratar com truculência, como caso de polícia, questões sociais que não pretende solucionar, exatamente para manter marginalizada a população negra.

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