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quinta-feira, novembro 21, 2024
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Ipanema: servidores reafirmam luta pelas 30h e pagamento do APH

Reunidos em assembleia na tarde desta segunda-feira 16, no auditório do Centro de Estudos, os servidores do Hospital Federal de Ipanema (HFI) resolveram pressionar a direção-geral da unidade a solucionar o mais rapidamente possível as inconsistências do ponto biométrico, sobretudo a que impõe a limitação para as trocas de plantões a uma única justificativa por semana. Com apoio do Sindsprev/RJ e da Associação dos Servidores do Hospital de Ipanema, os trabalhadores vão solicitar reunião em caráter urgente com a direção-geral, o setor de Recursos Humanos (RH) e as chefias da unidade. Na reunião também serão questionadas as faltas aplicadas pelas chefias, consideradas arbitrárias pelos servidores. O problema atinge principalmente a enfermagem do hospital.

Em defesa da jornada semanal de 30h

Os servidores reafirmaram ainda a luta em defesa da jornada de 30h semanais e pela manutenção do pagamento dos Adicionais por Plantão Hospitalar (APHs). Parecer recentemente emitido pelo Ministério da Economia declarou a ‘incompatibilidade’ de realização de carga horária de 30h com o pagamento do APH, em mais um ataque frontal aos direitos dos servidores.
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Dia 24/9, em Brasília, representantes do Sindsprev/RJ, da Fenasps e da CNTSS se reunirão com o Ministério da Saúde, para tratar do assunto. A partir dos resultados dessa reunião serão definidos os próximos passos da mobilização.

A assembleia de Ipanema referendou a proposta de que, no próximo dia 1º de outubro, seja realizada assembleia geral de toda a rede federal no Rio, com o objetivo de unificar as lutas.

Explicações da direção do HFI não convencem

Durante a assembleia, duas representantes da direção do Hospital de Ipanema foram convidadas para ‘explicar’ os problemas relacionados às trocas de plantões e à marcação de faltas. Sobre a limitação às trocas de plantões, tanto a coordenadora assistencial, Júlia Menezes, quanto a chefe de RH do hospital, Talita Filipino, afirmaram estar cumprindo determinação contida em ofício publicado em maio deste ano pelo então titular do extinto DGH, Marcelo Lamberti, no que foram questionadas imediatamente pelos servidores presentes. “É absurdo que um ofício do extinto DGH continue sendo utilizado para limitar as trocas de plantões, quando todos sabemos que a maioria das unidades federais não está cumprindo essa determinação. É preciso que haja uma normativa sobre o ofício, para que os servidores de Ipanema não sejam mais pressionados”, afirmou Cristiane Gerardo, ex-dirigente do Sindsprev/RJ.

Sobre as faltas registradas no ponto de alguns servidores, as duas gestoras disseram que essas faltas não são aplicadas pelo Sistema de Registro Eletrônico de Frequência (Sisref), mas pelas chefias. “Quando o servidor justifica eventuais faltas ou atrasos, cabe às chefias aceitar ou não essas justificativas”, afirmou Júlia Menezes. No entanto, servidores alegaram que as chefias não estariam levando em conta as justificativas apresentadas. Outra queixa foi quanto ao não pagamento do adicional-noturno nas substituições.

No final de agosto, um abaixo-assinado com 400 assinaturas de servidores, criticando as inconsistências do ponto biométrico, a limitação de trocas de plantões e o não pagamento do adicional-noturno, foi entregue à direção-geral do Hospital de Ipanema, que até o momento ainda não cumpriu a promessa de se reunir com os trabalhadores para discutir o assunto e buscar uma solução.

Organizar a luta unificada em defesa das 30h

Quanto ao parecer do Ministério da Economia que recomenda a suspensão dos APHs para quem pratica 30h semanais, os servidores reafirmaram a orientação geral proposta pelo Sindsprev/RJ, pela Associação e pela Fenasps, no sentido de organizar uma luta unificada com outras unidades da saúde federal em defesa desse direito. “Não podemos abrir mão das 30h. É um direito histórico que foi conquistado com muita luta e mobilização. Fechamos a Av. Brasil, fizemos atos, passeatas, e agora vai ser assim novamente. Com o atual governo tem que haver enfrentamento, resistência e luta”, frisou Lúcia Pádua, da Fenasps.

Na visão de servidores, do Sindsprev/RJ, da Associação e da Fenasps, o objetivo do governo Bolsonaro é chantagear a categoria, forçando os trabalhadores a abrirem mão das 30h em troca dos APHs.

“A situação é gravíssima e só existe um caminho, que é organizar uma grande mobilização unificada de toda a rede de saúde. Não dá mais pra esperar”, destacou Sebastião José de Souza (Tão), diretor do Sindsprev/RJ.
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“Aqui no Hospital de Ipanema, se nos mobilizarmos, conseguiremos cobrar uma mudança de comportamento dos gestores. Mas nós temos que tomar postura e ir à luta.
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Por isso não podemos ficar divididos em duas categorias, entre trabalhadores temporários e estatutários”, concluiu Mauro Sérgio Cataldi de Almeida, enfermeiro há 35 anos e presidente da Associação de Funcionários do Hospital de Ipanema.

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