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sábado, novembro 23, 2024
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Nossa total solidariedade a Vinícius Jr. e todas as vítimas de racismo

“Não foi a primeira vez, nem a segunda nem a terceira. O racismo é o normal na LaLiga [Liga da Primeira Divisão do Futebol Espanhol]. A competição acha normal, a Federação também e os adversários incentivam”. Assim, em tom de profunda indignação, o jogador brasileiro Vinícius Júnior (Vini J.) comentou as ofensas racistas que sofreu da torcida do Valência no último domingo (21/5), durante o jogo daquele clube com o Real Madrid.

O caso repercutiu mundialmente e gerou uma onda internacional de solidariedade a Vini Jr., vinda de jogadores de futebol, políticos, personalidades do mundo artístico e até de governos, num coro único de repúdio ao racismo.

Não foi a primeira vez que Vinícius Jr. foi objeto de ofensas racistas na Espanha, país onde o problema já ocorre de longa data. Além de Vini Jr., outros jogadores brasileiros e atletas estrangeiros já sofreram insultos racistas. Ronaldo Fenômeno e Daniel Alves, jogadores que tiveram longas passagens pelo futebol espanhol, foram algumas das vítimas mais conhecidas.

No Brasil, infelizmente o racismo também se faz presente nos estádios, como apontou o Relatório Anual de Discriminação Racial referente ao ano de 2021, que também contabilizou manifestações de machismo, homofobia e xenofobia no esporte.

Um dos casos mais repugnantes e emblemáticos do racismo no futebol aconteceu em 2014, vitimando o jogador Tinga, do Cruzeiro, durante partida do clube mineiro contra o Real Garcilaso-PER, em Huancayo (Peru). Na época, em uma emocionante manifestação de solidariedade a Tinga, as torcidas de Cruzeiro e Atlético Mineiro superaram suas rivalidades futebolísticas e uniram-se, no estádio do Mineirão, para gritar o nome do jogador. Assim, mostraram na prática que a luta contra o racismo tem que ser de todos.

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Como problema estrutural que infelizmente continua a viger no Brasil, na Espanha e em vários outros países mundo afora, o racismo tem que ser combatido não apenas com denúncias pontuais, por mais importantes que essas denúncias sejam. O racismo também tem de ser combatido com medidas de longo prazo, começando por uma educação de caráter não racista, uma educação que desconstrua os mitos da “democracia racial” brasileira, aquela que tradicionalmente apresenta o nosso país como o “país da igualdade” e da “ausência de preconceitos” de raça, etnia e gênero. Um falso mito que, como tal, não reconhece o valor dos povos negros e indígenas e, menos ainda, suas culturas e inestimáveis contribuições para a formação social brasileira.

Um exemplo do desleixo para com os valores que constituíram nossa formação social é o fato de, até hoje, o Brasil ainda não ter cumprido o disposto na Lei 10.

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639, que obriga as escolas públicas a implementarem o ensino da História e Cultura da África. Um desleixo que, dado o reacionarismo de nossas elites, nunca foi “acidental”.

Por meio de sua Secretaria de Gênero, Raça e Etnia, o Sindsprev/RJ solidariza-se com Vini Jr.

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e com todas as vítimas de racismo, sobretudo com as populações (a maioria delas negras) das periferias e favelas, onde impera a violência policial de um Estado cuja mentalidade ainda está presa à época das capitanias hereditárias.

Não basta que não sejamos racistas. É preciso que sejamos antirracistas!

Secretaria de Gênero, Raça e Etnia do Sindsprev/RJ

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