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domingo, novembro 24, 2024
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Bolsonaro estuda demitir Rolim para livrar-se de responsabilidade pelo desmonte do INSS

O governo Bolsonaro, desde a sua posse, vem deliberadamente tornando ainda piores as condições de funcionamento do INSS, negando-se a realizar concurso e fechando agências e, com isto, causando um colapso no atendimento aos segurados. Agora, a menos de um ano das eleições, estuda demitir o atual presidente do Instituto, Leonardo Rolim. Segundo a rede de tevê CNN, a alegação seria a de que ele não conseguiu reverter a crise do atendimento e do represamento de mais de 2 milhões de processos pendentes de análise, relativos a solicitações de aposentadorias, pensões e licenças médicas, entre outros.

O governo tenta, desta forma cínica, para não perder votos, responsabilizar Rolim pela situação precária dos serviços, criada pelas diretrizes do próprio governo. A verdade é que o atual presidente do INSS vem seguindo à risca a política de Bolsonaro de aprofundar o colapso do INSS, economizando, tanto ao não realizar concursos, quanto ao fechar agências e direcionar os segurados para os canais de atendimento virtual, aos quais milhões de brasileiros não têm acesso, porque simplesmente não possuem internet, ou são analfabetos funcionais e idosos sem conhecimento para utilizar esta tecnologia.

A solução para o atendimento passa por mais investimentos em equipamentos, pela abertura de agências e a realização de concurso. Hoje o déficit de pessoal é de mais de 23 mil servidores. As agências que não foram extintas, estão sucateadas, com número reduzido de funcionários.

Preparando a privatização

Sem conseguir ser atendidos presencialmente nas agências, os segurados ficam sem a concessão de seus benefícios. O objetivo do desmonte é jogar a população contra o INSS para terceirizar as suas atividades e, mais à frente, privatizá-lo totalmente, bem como a toda a Previdência Social, através do modelo de capitalização.

Pelo sistema de capitalização, que acaba com a Previdência Social pública, as contribuições passariam a ser feitas apenas pelos trabalhadores e depositadas em contas individuais administradas pelos bancos, os grandes beneficiários desta mudança. Pela capitalização só conseguem se aposentar os que atingem determinado montante, e, mesmo os que se aposentam, como aconteceu no Chile, a partir da ditadura de Augusto Pinochet, recebem menos que um salário mínimo e, quando a quantia depositada na conta individual acaba, ficam sem receber nada.

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A queda de Rolim

Os rumores sobre a queda de Rolim vêm desde agosto, mas se intensificaram esta semana em Brasília. Dirigentes do Sindsprev/RJ e da Federação Nacional (Fenasps) comentaram mas não conseguiram confirmar as informações sobre a tática do governo de responsabilizar Rolim através da sua demissão. Tanto Paulo Américo, quando Rolando Medeiros, dirigentes do Sindicato, frisaram que o assunto já vinha sendo ventilado há dois meses e comentaram a existência de um racha interno na alta cúpula do INSS, com o diretor de Benefícios, José Carlos Oliveira, se apresentando para substituir Rolim, disputa que vinha acontecendo desde agosto último.

Matérias da rede de tevê CNN, publicadas neste dia 21, dão conta da existência de uma movimentação dentro do governo no sentido de afastar Rolim nos próximos dias. A troca, segundo fontes da emissora, seria parte das modificações que o novo ministro do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni, tem feito na área.

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Entre os cotados para assumir o cargo, estaria justamente José Carlos Oliveira.

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Rolim seria devolvido à secretaria da Previdência, órgão que foi desvinculado da Economia e hoje integra a estrutura do recriado Ministério do Trabalho e Previdência.

Como todos os veículos da mídia brasileira defendem a privatização da Previdência, a matéria da CNN repete o argumento do governo Bolsonaro de que o afastamento teria como causa principal o fato de Rolim não ter conseguido resolver a situação do INSS. “A atual gestão do INSS enfrenta duras críticas, inclusive internamente, pela dificuldade em reduzir a fila de pedidos de beneficiários represados no instituto. Rolim está no cargo desde janeiro. Ele assumiu no lugar de Renato Vieira, em meio ao acúmulo de pedidos”, diz a matéria da CNN.

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