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quinta-feira, novembro 21, 2024
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Ameaça de golpe aumenta crise no governo Bolsonaro

A repercussão extremamente negativa da ameaça de golpe feita pelo ministro da Defesa, o general Braga Neto, ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), caso a eleição com voto impresso não fosse aprovada, aumentou a crise no governo Bolsonaro. As investigações da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Genocídio responsabilizando o presidente pelo aumento do número de contaminados e mortos pela covid-19 e a descoberta de um grande esquema de corrupção para a compra de vacinas já vinham fazendo crescer a indignação popular contra o governo e diminuindo o seu apoio no Congresso Nacional, levando Bolsonaro a realizar uma reforma ministerial, aumentando nos ministérios a presença do Centrão, o grupo mais fisiológico entre os parlamentares.

Os crescentes protestos de rua pelo impeachment no Brasil e no exterior, as investigações da CPI, o boicote às medidas de prevenção e às vacinas, além do alto desemprego e dos ataques aos direitos dos trabalhadores, vinham aumentando a rejeição ao governo.

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A ampliação do desgaste passou a provocar uma queda no apoio ao presidente dentro do Congresso, gerando dificuldades na aprovação de projetos.

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Um deles, o que criava a exigência do voto impresso na eleição de 2022, que enfrenta dificuldades na aprovação. Onze partidos, inclusive do Centrão, base de apoio governista, entre eles o PP, já haviam se colocado contra a proposta.

Numa atitude vista como tentativa golpista, Bolsonaro vinha repetindo que sem o voto impresso não haveria eleição em 2022. Era também uma forma de intimidar as investigações da CPI que apontavam crimes de responsabilidade do presidente, envolvido na farra da compra de vacinas. O resultado de todas as pesquisas de opinião, mostrando Luiz Inácio Lula da Silva como o favorito, aumentava o desespero de Bolsonaro. Na quarta-feira (21/7), reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, denunciou uma ameaça de golpe feita pelo ministro da Defesa, Braga Neto ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), caso o projeto do voto impresso não fosse aprovado.

Na véspera, em declaração à imprensa, o vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos (PL-AM), disse que a aprovação da abertura do processo de impeachment dependeria da pressão popular. E que poderia aprovar uma das 121 solicitações neste sentido encaminhadas por entidades da sociedade e partidos políticos desde 2020, caso estivesse no cargo interinamente, em substituição a Arthur Lira.

Três dias depois desta declaração, Bolsonaro confirmou o nome do seu inimigo político, o senador Ciro Nogueira (PP-PI), para o ministério da Casa Civil, cargo chave do governo, o mais importante da articulação política. O gesto foi visto como uma tentativa desesperada do presidente de se salvar do impeachment, cuja abertura vem ganhando espaço no Congresso Nacional, sobretudo no Senado, onde o desgaste maior de Bolsonaro permitiu a instalação da CPI do Genocídio.

Nesta sexta-feira (23/7), Bolsonaro foi além. Anunciou que pode se filiar ao PP, principal partido do Centrão, para se candidatar às eleições de 2022. Isolado, desgastado e com recorde de rejeição mostrado pelas pesquisas, para não afundar, Bolsonaro tenta se agarrar numa boia.

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Se vai disputar, ou não, o pleito, dependerá da pressão das ruas e do que vier a ser descoberto pela CPI do Genocídio.

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