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quinta-feira, maio 9, 2024
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Saúde Estadual: Sindsprev/RJ vai acionar MP para investigar compras superfaturadas

O Sindsprev/RJ estuda acionar o Ministério Público do Estado para que investigue a falta de condições de trabalho nos hospitais públicos da rede estadual do Rio no atendimento de pacientes contaminados e com suspeita de contaminação pelo novo coronavírus. A informação é da diretora do Sindicato, Clara Fonseca.

“O governo age como se as unidades estivessem funcionando plenamente. O Ministério Público deveria visitá-las para verificar se o que está sendo dito é verdade ou se os hospitais estão completamente despreparados”, defendeu. Segundo a dirigente, a unidade anunciada pelo secretário estadual de saúde, o major Edmar Santos, como referência para atendimento destes casos, o Hospital Eduardo Rabello, na Zona Oeste, não tem leitos e unidades de tratamento intensivo para recebê-los nem os profissionais têm equipamentos de proteção individual (EPIs).

O MP deveria investigar também as informações sobre compras de equipamentos acima do preço de mercado. No início deste mês, a Secretaria estadual de Saúde do Rio de Janeiro pagou R$9,9 milhões por 50 respiradores à empresa A2A Comércio, Serviços e Representações Ltda. Nesta compra, cada respirador custou cerca de R$198 mil, mais que o dobro da média comercial, mesmo em época de pandemia.

Falta de tudo

“O secretário disse que existem 118 leitos no Hospital Eduardo Rabello, unidades de tratamento intensivo (UTIs) e que os servidores estão protegidos. Mas nada disso é verdade. Há 30 leitos já ocupados por pacientes com outras *patologias, Unidade Intensiva (UI) com menos recursos que uma UTI e com apenas seis leitos. Além disso, não há equipamento de proteção adequado. As máscaras são cirúrgicas, portanto, não apropriadas, e os capotes são de pano. Não há luva em quantidade suficiente. Ou seja, os servidores estão expostos ao novo coronavírus”, relatou. Clara acrescentou que não há alas de isolamento, sendo os casos suspeitos internados junto a idosos portadores de outras doenças. Afirmou, também, que o laboratório não está aparelhado para realizar exames de verificação de contaminação pelo coronavírus. A dirigente citou outros hospitais sem as condições básicas de atendimento aos atingidos pela pandemia, como Getúlio Vargas, Adão Pereira Nunes, Carlos Chagas e o Hospital de Anchieta. “Neles, não existe sequer ala de isolamento”, denunciou.

Pressão para volta ao trabalho

A dirigente do Sindsprev/RJ denunciou, ainda, a pressão da secretaria de saúde para o retorno ao trabalho de servidores com idade superior a 60 anos e com doenças preexistentes, como patologias do aparelho respiratório, cardiopatias, diabetes e renais, mais suscetíveis à contaminação. “Logo no início, o governo seguiu as orientações da Organização Mundial de Saúde, mas depois passou a pressionar estas pessoas a retornarem ao trabalho, por exemplo, exigindo laudo médico comprobatório da enfermidade, que teria que ser aprovado antes pela perícia da rede estadual e, mesmo que passasse, o servidor perderia o Programa de Capacitação e Aperfeiçoamento (PCA), uma gratificação, no caso dos técnicos de enfermagem, no valor de R$ 300, criada para que a remuneração deixasse de ser inferior ao salário mínimo.

“Quem tem mais de 60 anos e doenças pré-existentes, como as listadas pela OMS e pelo Ministério da Saúde, tem que ficar isolado em casa, sem ir ao trabalho. Não pode ser pressionado a deixar o isolamento para trabalhar nem ter o salário rebaixado por cumprir o que foi determinado”, disse. O estresse desta pressão está adoecendo os servidores, muitos deles voltando ao trabalho para não perderem parte do salário que já é o mais baixo entre todos os estados.

 

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