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quinta-feira, novembro 21, 2024
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Servidores da Funai entram em greve contra política genocida de Bolsonaro

Nesta quinta-feira (23/6), os servidores da Fundação Nacional do Índio (Funai) entram em greve, a partir das 10 horas, nas unidades dos estados e em Brasília. Os trabalhadores exigem a saída do presidente do órgão, Marcelo Augusto Xavier da Silva, por seguir a orientação de Jair Bolsonaro (PL-RJ) e promover uma gestão anti-indigenista, indo no sentido contrário aos objetivos da Funai.

A decisão foi tomada após os assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips.
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Os servidores cobram, ainda, a identificação e punição de todos os culpados.

As forças armadas e a polícia federal levaram mais de uma semana para iniciar as buscas pelos dois, então, desaparecidos. Mas, após encontrar os corpos, em apenas 24 horas a PF descartou a existência de mandantes do duplo assassinato.

Bolsonaro culpa os mortos

Bolsonaro sempre defendeu a invasão de terras indígenas por garimpeiros. O presidente tratou o caso com desdém colocando a culpa nas vítimas ao afirmar que os dois foram fazer uma ‘excursão’ em uma região onde ‘eles eram malvistos’ pelas denúncias que faziam contra a milionária caça e pesca ilegal, garimpo e desmatamento. Insatisfeito de botar a culpa na vítima, Bolsonaro ainda fez questão de demostrar mais uma vez sua notória sensibilidade e sua solidariedade para com os mortos.

“Pelo que tudo indica, se mataram os dois — espero que não — eles estão dentro d’água. E dentro d’água pouca coisa vai sobrar, o peixe come.
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Não sei se tem piranha lá no Rio Javari”, disse, pouco antes de serem encontrados os corpos.
Como Bolsonaro é contra reservas indígenas – além de defender os interesses de mineradoras, madeireiras e a ocupação da floresta Amazônica pelo agronegócio – a Funai teve grandes cortes no orçamento e passou a endossar propostas do presidente que sofrem grande resistência entre indígenas, como a liberação da mineração em seus territórios e a agricultura mecanizada em larga escala.

As investigações

Até agora, não há informações oficiais claras sobre o que realmente aconteceu no dia 5 de junho e por que os crimes foram cometidos. Dias antes, Dom Phillips viajou para o extremo oeste da Amazônia acompanhado do indigenista Bruno Pereira para coletar dados para um livro que estava escrevendo sobre como salvar a floresta — ele já havia realizado diversas viagens para a Amazônia, onde fez reportagens sobre desmatamento e crimes. Os dois eram amigos e já haviam viajado juntos à Amazônia em outras ocasiões profissionais.

Mas em 5 de junho, ambos desapareceram a poucos quilômetros do Vale do Javari, que é a segunda maior reserva indígena do Brasil, um território com área equivalente à de Portugal onde vivem cerca de 6 mil integrantes de sete etnias.
Três homens foram presos até agora por suspeita de envolvimento nos crimes. Todos são pescadores: o primeiro detido três dias após o desaparecimento de Bruno e Dom foi Amarildo da Costa de Oliveira que assumiu ser um dos autores do crime e apontou a localização dos restos mortais de Bruno e Dom.
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Amarildo já havia sido acusado por indígenas de ter feito ameaças de morte e participado dos atentados com arma de fogo contra a base de proteção da Funai em 2018 e 2019. Outros dois suspeitos presos são: Oseney da Costa de Oliveira, um irmão de Amarildo que negou participação no crime, e Jefferson da Silva Lima, que estava foragido e se entregou à polícia em 18 de junho.

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