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sábado, maio 4, 2024
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Servidores da rede federal suspendem acampamento e fazem novo ato nesta quinta (25), às 10h, no DGH

Assembleia dos servidores da rede federal realizada no hall de entrada do prédio do DGH (na rua México 128), na noite desta quarta-feira (24/4), decidiu suspender a ocupação e o acampamento que os trabalhadores haviam iniciado na parte da manhã. A suspensão foi motivada pelo agendamento de audiência do Sindsprev/RJ e dos servidores com a ministra da saúde, Nísia Trindade, na próxima sexta-feira (26/4), no Rio de Janeiro, para tratar das pautas da categoria.

A assembleia, porém, confirmou novo ato unificado da rede federal nesta quinta-feira (25/4), a partir das 10h, em frente ao DGH, quando acontecerá uma negociação específica com o Ministério da Saúde sobre o dimensionamento do piso salarial nacional da enfermagem. A manifestação da manhã vai se estender pela tarde, para acompanhar a reunião da mesa de negociação geral com o Ministério, às 14h, sobre condições de trabalho, tabela salarial e carreira. Das duas reuniões vai participar a titular da Coordenação-Geral de Gestão de Pessoas (Cogepe) do Ministério da Saúde, Etel Matielo, que está no Rio.

Abraços aos hospitais federais e audiências dia 29/4

Outros encaminhamentos da assembleia foram: apoio aos abraços que os servidores dos hospitais federais da Lagoa, do Andaraí e Cardoso Fontes fazem na sexta (26); participação na audiência pública que a Comissão de Saúde da Câmara Municipal do Rio faz na próxima segunda-feira (29/4), a partir das 10h, para discutir a situação das unidades da rede federal; e participação em audiência com a Defensoria Pública da União (DPU), às 13h30 do mesmo dia, quando será analisada a proposta do governo de fatiar a rede federal.

“Continuamos em estado de greve porque nossas pautas não foram atendidas. Queremos um diálogo com a ministra Nísia para apresentar a ela um quadro que realmente está acontecendo. Não queremos a entrada da Ebserh na rede federal. Não queremos o Grupo Hospitalar Conceição. O que queremos é concurso público. O governo recuou na intenção de estadualização e municipalização, mas isto não basta. Não podemos deixar que o governo privatize a rede, e só conseguiremos evitar a privatização com a participação de toda a categoria”, afirmou Sidney Castro, da direção do Sindsprev/RJ.

“Negociação com Nísia será muito importante”, afirma dirigente do Sindsprev/RJ

“A negociação direta com a ministra Nísia Trindade será muito importante porque, no momento, vivemos num ambiente turvado de falsas informações que são repercutidas pela imprensa comercial. A todo momento tentam desqualificar a rede federal como ineficiente e nos apresentar como servidores que não trabalham. O objetivo desses discursos é favorecer propostas de privatização da rede, que não aceitamos”, completou Cristiane Gerardo, também dirigente do sindicato.

A possibilidade de negociação com a ministra Nísia Trindade começou a ser construída pelo Sindsprev/RJ em Brasília, durante reunião na última terça (23/4), no Palácio do Planalto,  com o Secretário de Relações Institucionais do governo federal, André Ceciliano. E também após contato com o deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), que se propôs a ajudar na viabilidade da audiência finalmente marcada para sexta (26/4).

Na tarde desta quarta (24), durante a vigília no DGH, servidores da rede federal, dirigentes do Sindsprev/RJ e do Sindicato dos Enfermeiros do Rio (SindEnf-RJ) ficaram em grande expectativa enquanto aguardavam a confirmação da audiência com a ministra da Saúde.

Servidores questionam Etel Matielo, titular da Cogepe

Por volta das 17h30, Etel Matielo desceu ao hall do DGH, a pedido do Sindsprev/RJ, para conversar com os servidores ali acampados e ouvir suas reivindicações. A titular da Cogepe começou sua fala afirmando o compromisso do Comitê Gestor do DGH no sentido de cuidar dos hospitais federais do Rio, informou sobre a realização de novo certame com resultado em maio e disse que o objetivo do Comitê é dimensionar os recursos humanos das unidades, embora frisando a urgência de enfrentar problemas de logística e infraestrutura da rede. Questionada sobre a presença de representantes do Grupo Hospitalar Conceição (GHC) no Hospital Federal de Bonsucesso (HFB), Etel Matielo afirmou que o Grupo não possui participação de capital privado, sendo “parte integrante” do Sistema Único de Saúde (SUS). Etel afirmou ainda que a entrega da rede federal é “especulação” e que “nada está definido”. A titular da Cogepe também disse que busca a expertise do Grupo Conceição para ajudar na solução dos problemas da rede federal.

As explicações, no entanto, não convenceram servidores e dirigentes do Sindsprev/RJ e do SindEnf-RJ. Em nome do Sindsprev/RJ, Sidney Castro perguntou a Etel por que o Grupo Conceição já está dentro do Hospital de Bonsucesso se, como ela diz, “nada está definido”? Em resposta, Etel novamente defendeu o Grupo Conceição, ao afirmar o GHC vai produzir um diagnóstico inicial dos problemas da rede. Em tréplica, servidores e dirigentes do Sindsprev/RJ questionaram o fato de o Ministério da Saúde chamar o Grupo Conceição, mas não considerar a hipótese de usar a expertise dos próprios servidores da rede na produção de diagnósticos.

Rede Federal quer carreira da Ciência e Tecnologia

Sobre a atual carreira da Previdência, Saúde e Trabalho, Etel Matielo foi confrontada pela posição da assembleia dos servidores da rede federal que, no último dia 16 de abril, aprovou a luta pela inclusão da categoria na carreira da Ciência e Tecnologia, a exemplo do que já ocorre no Inca. “A atual carreira tem 200 mil aposentados e não corresponde às atividades que a rede federal exerce, que incluem assistência, ensino e pesquisa. Além disso, a atual carreira não contempla gratificações de qualificação”, afirmou Cristiane Gerardo.

Servidores que tomaram a palavra para fazer perguntas a Etel Matielo também criticaram duramente a atual gestão da ministra Nísia Trindade, que consideraram perdida e sem saber o que fazer com a rede federal durante entrevista coletiva ocorrida terça-feira (23/4).

Hospitais são escolas para formar profissionais de saúde

“Queremos a carreira da Ciência e Tecnologia porque os hospitais federais são escolas para formar profissionais de saúde. O governo tem que nos dar dignidade, não é só salário. Qual o respeito que hoje se dá aos usuários da rede? Nenhum”, pontuou Luiz Henrique Santos, dirigente do Sindsprev/RJ.

Etel não respondeu diretamente sobre a proposta de inclusão dos servidores na carreira de Ciência e Tecnologia, mas ponderou ser necessário analisar os planos de carreira hoje existentes no âmbito do SUS. Ela finalizou sua intervenção anunciando para breve um plano de enfrentamento ao assédio e discriminação na rede federal, sem no entanto apresentar detalhes.

“Tenho boa impressão sobre as mobilizações dos servidores porque vejo a vontade de luta da nossa categoria. Mas acho que o governo continua alheio às pautas dos servidores. Infelizmente, o atual governo não demonstra vontade política para resolver as demandas da rede federal de saúde. Afinal, já no primeiro governo Lula as atuais mazelas da rede federal existiam e não foram resolvidas. Depois tentaram emplacar a Ebserh. Infelizmente, também não vejo disposição do governo de nos enquadrar na carreira de Ciência e Tecnologia”, avaliam Sebastião José de Souza (Tão) e Ivone Suppo, dirigentes do Sindsprev/RJ em Niterói.

 

 

 

 

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