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quinta-feira, maio 9, 2024
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Em mais um ato no Nerj, rede federal exige respeito às 30h semanais, concurso e fim do sucateamento

Em mais uma manifestação em defesa das 30h semanais, por concurso público e reajuste salarial, servidores da rede federal do Rio protestaram na manhã desta quinta-feira (7/4), em frente ao prédio da Superintendência Regional do Ministério da Saúde (antigo Nerj), na rua México 128 – Centro. Organizado pelo Fórum de Saúde do Rio, com apoio do Sindsprev/RJ, o protesto também teve a participação de representantes do Sindicato dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem, da Fenasps (federação nacional), CTB e CSP Conlutas, entre outras entidades representativas dos trabalhadores. A deputada estadual Enfermeira Rejane (PCdoB) também participou da manifestação.

Postados em frente ao Nerj, com faixas e cartazes criticando o sucateamento da saúde, os servidores exigiram que o governo Bolsonaro respeite a jornada de 30h semanais praticada há muitos anos na rede federal.

Rede federal do Rio
Defesa do SUS marcou o protesto da rede federal no Nerj. Foto: Mayara Alves.

“A rede federal está sucateada e a atual gestão do Ministério da Saúde está sendo marcada por escândalos de licitações fraudulentas. Temos que defender a jornada de 30h semanais, mas temos também que derrotar o atual governo como condição para reerguermos a rede federal. Por isso que a nossa missão é construir a greve da rede federal do Rio”, afirmou Cristiane Gerardo, dirigente do Sindsprev/RJ.

“Hoje mostramos à população nosso compromisso com a saúde pública. Lembro, no momento, a luta dos profissionais da enfermagem pelo piso salarial, que está parado no Congresso Nacional à espera de solução. Na saúde estadual, o plano de cargos dos servidores foi rebaixado. E a rede federal tem agora a jornada de 30h ameaçada. Lutamos pelo SUS e contra a privatização. Temos que resistir”, afirmou a deputada Enfermeira Rejane, que convocou os presentes para uma manifestação unificada dos profissionais da enfermagem, na próxima terça-feira, em Madureira.

A servidora Lúcia Pádua, representando a Fenasps (federação nacional), reforçou a defesa do SUS. “Hoje, dia mundial da saúde, não temos nada a comemorar, depois da maior tragédia humanitária causada pela pandemia de covid-19. O maior sistema de saúde pública do mundo, o SUS, que salvou milhares de vidas de brasileiros, segue sendo atacado pelos governos federais, estaduais e municipal. Portanto, defender o SUS deve ser tarefa de todos”, frisou ela.

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Mobilização do Inca

Defesa do SUS

 

Dirigente da Associação dos Servidores do IBGE, o servidor Paulo Lindesay criticou o contingenciamento de recursos para a saúde pública. “De R$ 870 bilhões investidos em saúde nos últimos 6 anos, cerca de 130 bilhões foram contingenciados. Isto mostra que há recursos para a saúde, e que a decisão de contingenciar recursos é uma decisão política. Temos que unir forças para cobrar investimentos na saúde”, afirmou, sob aplausos.

Representando o Movimento de Moradores e Usuários em Defesa do Iaserj (Mudi), Mariângela Ferreira lembrou a destruição daquele instituto, promovida pelo então governador Sergio Cabral Filho (MDB). “Faz 10 anos que demoliram o Hospital Central do Iaserj, que hoje faz muita falta à população. Vivemos sob governos exterminadores da saúde, como o governo de Eduardo Paes, que destruiu o hospital Sales Neto, e o governo Bolsonaro, que está destruindo as unidades do Ministério da Saúde, prejudicando a rede federal do Rio”, disse.

Também presente à manifestação, a Frente Ampla Suburbana, organização da sociedade civil que atua na defesa de serviços públicos, criticou as políticas de saúde do atual governo. “O Hospital Federal de Bonsucesso até hoje não voltou a funcionar plenamente, e quem lucra com essa situação são os planos de saúde. Não podemos aceitar essa situação absurda. Precisamos defender a saúde pública e gratuita”, afirmou João Ricardo de Matos Serafim (o JR), representante da Frente.

Durante a manifestação no Nerj, os servidores da rede federal distribuíram carta à população elaborada pela Secretaria de Imprensa e Divulgação do Sindsprev/RJ. Veja abaixo:

Após a concentração e o ato em frente ao Nerj, os servidores da rede federal saíram em passeata até a Cinelândia, portando cruzes para lembrar os mais de 660 mil brasileiros mortos pela covid.

Em março deste ano, a Secretaria Executiva e a Coordenação-Geral de Gestão de Pessoas (Cogepe) do Ministério da Saúde editaram um despacho que, na prática, revoga todas as decisões dos gestores das unidades de saúde e dos setores que reconheciam a jornada de 30h semanais na rede federal. Na prática, o Ministério já manifestou a intenção de desrespeitar os termos do acordo de greve de 2014, que na época resultou na edição da Portaria 260, na qual o exercício das 30h semanais foi reconhecido aos servidores da rede federal.

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