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quinta-feira, novembro 21, 2024
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Desmonte da Rede Federal no Rio aumenta caos em plena curva ascendente da covid

A rede federal do Rio agoniza. Falta de concurso público, demissão em massa de profissionais contratados, improvisação, sucateamento, interdição de centenas de leitos, negligência e absoluto descaso com a vida humana. A forma como o governo Bolsonaro vem nos últimos três anos gerindo essa rede tinha, em algum momento, que mostrar suas nefastas consequências, e elas vieram em plena curva ascendente da variante Ômicron da covid: nos seis hospitais federais do Estado do Rio, cerca de 2,5 mil servidores estão afastados por conta da covid-19.

O número de 2,5 mil servidores afastados representa 16% do atual efetivo de toda a rede federal. No Hospital Federal Cardoso Fontes, em Jacarepaguá, e no Hospital Federal do Andaraí, por exemplo, as emergências foram fechadas por conta dos afastamentos de servidores. O que está jogando a população carioca na desassistência, exatamente no momento em que ela mais precisa de atendimento na rede pública.
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Sindsprev/RJ encaminhou denúncias ao jornal O DIA

O caos na rede federal foi objeto de reportagem do jornal O DIA publicada no último domingo (16/1), a partir de denúncias encaminhadas por dirigentes do Sindsprev/RJ. Devido à alta transmissibilidade da variante Ômicron, a situação da rede federal, e das redes públicas do estado e do município do Rio, tende a se agravar ainda mais nas próximas semanas, superando em muito os cerca de 86 mil casos já confirmados até o momento.

Na unidade de média e alta complexidade do Hospital Federal do Andaraí (HFA), cerca de 300 servidores estão afastados por conta da covid-19. Entre os serviços comprometidos estão os de oncologia, microcirurgia, cirurgia plástica, suporte a grandes traumas e Unidade de Terapia Coronariana.

Rede Federal no RIo
Manifestação contra a precariedade da rede federal, realizada no Hospital Cardoso Fontes. Foto: Mayara Alves.

No Cardoso Fontes, o afastamento já atinge quase metade (ou 45%) dos 2.500 servidores lotados na unidade. Em declaração à reportagem de O DIA, a dirigente regional do Sindsprev/RJ, Cristiane Gerardo, informou que 35 dos 117 profissionais lotados na emergência do Hospital já estão afastados por testarem positivo para a covid. “O quadro é muito delicado, devido ao aumento exponencial da contaminação, e isto tem impactado fortemente os hospitais”, explicou ela, que lembrou a situação precária de toda a rede federal: “Não temos profissionais para formar escala. Já vivíamos no nosso limite e aí, num momento pandêmico, o que acontece é o desmonte e o fechamento de serviços. Os profissionais que não estão afastados por Covid estão trabalhando sobrecarregados para compensar a falta de pessoal”.
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Suspensão das cirurgias eletivas na rede federal

A falta de profissionais na rede federal é tão grave que já começou a afetar também a realização de cirurgias eletivas. Embora a Superintendência do Ministério da Saúde no Rio afirme que até o momento o serviço não foi suspenso, a realidade desmente o discurso do governo. No Hospital Federal de Bonsucesso, por exemplo, a redução de cirurgias já chega a 85%, segundo a reportagem de O DIA.
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Por falta de profissionais, apenas 30 cirurgias foram realizadas, na primeira quinzena de janeiro. De acordo com Júlio Noronha, médico e coordenador do corpo clínico da unidade, em um período de 15 dias, com o funcionamento em sua máxima capacidade, normalmente são realizadas 200 cirurgias.

Também dirigente do Sindsprev/RJ, Sidney Castro afirmou à reportagem de O DIA que os serviços de oncologia, transplante renal, transplante de córnea e ginecologia são os mais afetados até o momento na rede federal. “A situação está um caos. Desde julho de 2021, quando 4.117 funcionários tiveram seus contratos encerrados, a situação é preocupante. Os contratos não foram renovados e o certame prometido não foi aberto. Os profissionais da Saúde estão dando a vida pela vida. Trabalham sobrecarregados, em condições precárias e, ainda assim, não têm valorização profissional e valorização salarial. Está insustentável”, disse ele ao jornal.

Incêndio em Bonsucesso agravou situação da rede federal

Rede Federal - Bonsucesso
Abraço dos servidores ao Hospital de Bonsucesso, uma das mais importantes unidades da rede federal. Foto: Mayara Alves.

A situação do Hospital de Bonsucesso agravou-se sobretudo após o incêndio no prédio 1 da unidade, ocorrido em outubro de 2020, o que desestruturou ainda mais a capacidade de atendimento à população. Desde então, a emergência do Hospital deixou de funcionar. Se forem contabilizados os 400 servidores que tiveram seus contratos encerrados em 2021, somados aos que estão afastados por covid, o Hospital Federal de Bonsucesso funciona atualmente com um déficit de 680 profissionais, segundo o médico Júlio Noronha. “Para colocar 300 leitos que estão parados em funcionamento a gente precisaria de, no mínimo, 35 anestesistas, aproximadamente 60 médicos clínicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem. Entre médicos especialistas, precisaríamos de no mínimo dez profissionais. Só para transplante cardíaco seriam necessários outros dez profissionais. Esta é uma conta do mínimo, uma conta rasteira. Faltam ainda cerca de dez colhedores de sangue e técnicos de radiologia intervencionista”, afirmou Noronha.

Veja outras postagens sobre a situação da rede federal do Rio, clicando nos links abaixo:

Reportagem da TV Sindsprev/RJ sobre o Cardoso Fontes

Caos no Hospital Federal de Bonsucesso

Mobilização no Hospital Federal do Andaraí

Reportagem do jornal O DIA sobre o caos na rede federal

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