Servidores do Hospital Federal da Lagoa (HFL) protestaram, na tarde de quarta-feira (7/12), contra as arbitrariedades cometidas pela direção-geral da unidade sobre os profissionais de enfermagem. Um dos motivos imediatos da mobilização foi a injusta demissão de uma enfermeira — ocorrida há 6 dias, mas só comunicada na terça-feira (6/12) — após ela ter questionado as pressões feitas pela direção-geral do HFL e por parte das equipes médicas no sentido de acelerarem a realização de cirurgias. O que sobrecarrega ainda mais os profissionais de enfermagem.
Em meio a um grande clima de indignação, uma comissão formada por profissionais de enfermagem e a dirigente do Sindsprev/RJ Cristiane Gerardo foi recebida por dois gestores administrativos do Hospital, que ouviram atentamente os questionamentos sobre a demissão da enfermeira. No entanto, como a questão é de alçada da direção-geral do HFL, em seguida a comissão dirigiu-se ao gabinete do diretor-geral, Rossi Murilo da Silva. Ao chegarem ali, os membros da comissão e profissionais de enfermagem bateram na porta da sala de Rossi e, tão logo entraram no recinto, foram abertamente hostilizados pelo diretor-geral, que alegou estar “ocupado”, embora não estivesse em reunião e permanecesse mexendo em seu celular. Como a comissão recusou-se a se retirar do local, Rossi iniciou um bate-boca com Cristiane Gerardo.
Foi aí que então, para surpresa de toda a comissão, o diretor do HFL correu em direção ao banheiro feminino contíguo ao seu gabinete, onde permaneceu escondido por cerca de 40 minutos.
Nesse ínterim, seguranças do HFL foram então chamados para retirar a comissão do interior do gabinete de Rossi, que só concordou em conversar sobre a demissão da enfermeira cerca de meia hora depois. Mesmo assim, impôs a condição de que a conversa seria com apenas uma pessoa. No caso, a diretora do Sindsprev/RJ Cristiane Gerardo.
Como resultado de uma conversa bastante tensa, na qual Cristiane questionou o fato de a enfermeira ter sido demitida sem que tivesse ocorrido nenhuma investigação sobre o caso, Rossi então comprometeu-se a realizar a apuração até esta sexta (9/12), o que fez sem esconder sua evidente má vontade.
Assista ao vídeo sobre a mobilização dos profissionais da enfermagem, clicando no link abaixo:
“A grande verdade é que os profissionais de enfermagem do Hospital da Lagoa são desrespeitados todos os dias. Além de pressionados a acelerar cirurgias e outros procedimentos, os profissionais estão com seus APHs reduzidos e trabalham sob precárias condições. No Hospital da Lagoa, por exemplo, as instalações são precários e têm goteiras, faltam insumos básicos como seringas, algodão, ataduras, além de medicamentos como dipirona. A unidade também não possui um correto dimensionamento para o atendimento de suas demandas, consequência de uma gestão absurda que só se preocupa com números e não zela pela qualidade do trabalho realizado. O resultado é que a enfermagem está exausta de tanto desrespeito e exploração. Exigimos a imediata reintegração da enfermeira demitida. Ela foi dispensada porque questionou o assédio promovido pela direção-geral”, afirmou Cristiane Gerardo.
Segundo denúncias dos profissionais de enfermagem, o desrespeito às equipes é tamanho que, recentemente, a direção-geral negou um pedido para envio de água aos trabalhadores que estavam na Hemodinâmica.