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domingo, maio 12, 2024
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“Por Marielle, eu digo não à intervenção”

A manifestação que tomou a av. Rio Branco na noite de 8 de março – Dia Internacional das Mulheres – levava às ruas do Centro do Rio uma série de reivindicações feministas e sociais. Entre elas, o fim da violência contra as mulheres e das políticas de segurança que apontam os fuzis e os tanques para as favelas. “Que hipocrisia/a guerra às drogas mata preta todo dia”, entoaram as manifestantes.

Ela estava lá, em meio a milhares de manifestantes. A vereadora do Psol Marielle Franco – militante dos movimentos contrários às discriminações raciais, sexistas e sociais – ajudou na organização do ato e cantou palavras de ordens que exigiam o fim da violência contra as mulheres e se opunham à intervenção federal militarizada no Estado do Rio.

Seis dias depois, por volta das 22 horas, o corpo de Marielle tombaria com quatro tiros na cabeça, disparados de um carro que emparelhou com o dela, em uma via a 50 metros da estação de Metrô do Estácio, já na entrada da Tijuca. O motorista, Anderson Gomes, morreu atingido nas costas por três tiros.

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Uma assessora sobreviveu sem ferimentos.

Emoção na homenagem a Marielle Franco e Anderson Gomes, em frente à Câmara Municipal (Foto: Nico)

O crime chocou o país, ou ao menos parte dele, e provocou manifestações de solidariedade em vários pontos do mundo. Mas não silenciou por mais que 12 horas a guerra travada nas redes sociais entre setores que defendem as lutas sociais e uma parcela conservadora da sociedade, avessa a quem lute por direitos humanos, das chamadas minorias ou direitos trabalhistas. Uma desembargadora do Tribunal de Justiça do Rio, Marília Castro Neves, postou no Facebook que a vereadora assassinada fora eleita com votos do tráfico. “Marielle não era apenas uma ‘lutadora’, ela estava engajada com bandidos! Foi eleita pelo Comando Vermelho e descumpriu ‘compromissos’ assumidos com apoiadores”, disse. Poucas horas depois, reconheceu que falara algo sobre o qual desconhecia e que extraíra a acusação da postagem de uma amiga. Não pediu sequer desculpas. Há uma campanha desencadeada para que ela seja punida e exonerada da magistratura.

A morte da jovem militante que viveu boa parte de sua vida na favela da Maré levou multidões às ruas do Rio e a atos em quase todas as capitais do país. No dia seguinte aos assassinatos, 15 de março, dezenas de milhares de pessoas, há quem fale em cem mil ou mais, promoveram cerca de 12 horas ininterruptas de protestos no Centro da cidade – acompanhando o velório dos corpos na Câmara de Vereadores. “Por Marielle, eu digo não à intervenção”, cantavam os manifestantes, erguendo umas das bandeiras defendidas por ela: o fim das operações militares nas favelas, nas quais até crianças são revistadas por soldados portando fuzis.

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Entre 2014 e 2015, a Maré esteve sob ocupação do Exército por 15 meses, ao custo de quase R$ 600 milhões e de resultados inócuos em termos de redução de criminalidade.

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Sétimo Dia

No sétimo dia da morte de Marielle e Anderson, novamente milhares de pessoas ocuparam a Cinelândia, onde aconteceu um culto ecumênico, numa cerimônia que certamente entrará para história. Houve música, tocada por uma orquestra instalada no palco armado na praça, lágrimas e mensagens de esperança. “Os nossos sonhos não vão ficar no caixão porque eles estão vivos: nós somos a semente, nós somos o futuro, nós somos a revolução”, disse o pastor, teólogo e ator Henrique Vieira.

Manifestantes levaram cartazes e faixas ao ato na Câmara Municipal (Foto: Nico)

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