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segunda-feira, maio 6, 2024
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No terceiro ato unificado em 15 dias, enfermagem do Rio exige pagamento imediato do piso salarial

No terceiro ato unificado realizado num período de 15 dias, profissionais de enfermagem da rede federal do Rio protestaram, na manhã desta quarta-feira (21/9), contra decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que suspendeu o piso salarial da categoria (Lei nº 14.434/2022). Concentrada inicialmente na entrada do Hospital Federal da Lagoa (HFL), a manifestação transformou-se numa grande passeata que percorreu as ruas Jardim Botânico, Lopes Quintas e Pacheco Leão, parando em frente à sede da Rede Globo de Televisão, para assim dar mais visibilidade à luta pela implementação do piso e protestar contra a tendenciosa cobertura da imprensa sobre as mobilizações.

Durante o trajeto, num carro de som, dirigentes do Sindsprev/RJ e profissionais da enfermagem denunciaram a injusta decisão do STF que, no último dia 15/9, suspendeu o piso após atender a uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) movida pela Confederação Nacional de Saúde, entidade que representa os patrões do setor privado, como clínicas e hospitais. Na ação, as empresas e alguns governos estaduais e municipais argumentam que o piso “não teria fontes de custeio”, o que é uma falácia, uma vez que tramita no Congresso Nacional a PEC nº 11, proposta que visa dar segurança jurídica à efetivação do piso. Já aprovada no plenário do Senado Federal, a PEC 11 já passou pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados.

Ato no HFL foi o terceiro realizado pela enfermagem da rede federal em 15 dias. Foto: Mayara Alves.

Da Rede Globo, a passeata retornou para a entrada principal do Hospital da Lagoa, onde o ato foi encerrado. “Pedimos que população apoie a nossa luta, que é em defesa da saúde de todos. Quero destacar aqui a importância de nos organizarmos em torno do Sindsprev/RJ porque é no sindicato que fortalecemos as nossas lutas. Quero também dizer que não vamos parar as nossas mobilizações enquanto o piso não for implementado. Queremos o nosso piso, já”, afirmou Sidney Castro, da direção do Sindsprev/RJ.

“Mais uma vez, a enfermagem mostrou a força que ela tem. O que falta agora é mais organização para continuarmos ocupando as ruas do país e assim conquistarmos o piso. Sabemos que há dinheiro para custear o piso da enfermagem, e esta é mais uma razão para exigirmos o nosso direito”, frisou Sebastião José de Souza (Tão), dirigente do Sindsprev/RJ em Niterói.

Portando faixas em defesa do piso e cartazes com a frase “onde não há enfermagem não há cuidado com a vida”, os profissionais pediram apoio da população e destacaram a importância de serem verdadeiramente reconhecidos.

“Quero parabenizar todos os profissionais da enfermagem que estiveram presentes no ato de hoje. Para organizarmos o ato, tivemos que superar inúmeros obstáculos, e tudo com um único objetivo, que é ver a implementação do nosso piso, o mesmo piso que será referência para o setor público e o setor privado. Mais uma vez, todos aqui estão de parabéns. Precisamos continuar juntos. Só os atos e mobilizações é que nos farão conquistar o nosso piso”, ressaltou Cristiane Gerardo, dirigente regional do Sindsprev/RJ em Jacarepaguá.

Suspensão do piso pelo STF causou indignação entre toda a enfermagem do país. Foto: Mayara Alves.

Entre as propostas de custeio do piso salarial estão a desoneração da folha de pagamento de hospitais privados, a atualização da tabela de pagamentos do SUS e a criação de uma compensação para estados e municípios.

O ato unificado desta quarta (21) no HFL fez parte da Paralisação Nacional dos profissionais de enfermagem, que teve mobilizações em vários estados brasileiros, incluindo o Distrito Federal. No Rio também houve atos públicos em hospitais privados.

Convocado pelo Sindsprev/RJ, o ato desta quarta-feira teve participação e apoio da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB). Também participaram do ato a deputada estadual Enfermeira Rejane (PCdoB) e o deputado federal Paulo Ramos (PDT), que manifestaram apoio à luta da enfermagem pelo piso.

Mobilizações pelo pagamento do piso vão continuar. Foto: Mayara Alves.

 

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