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domingo, maio 5, 2024
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Niterói: novo secretário promete ampliar oferta de leitos e abrir Antônio Pedro a pacientes de Coronavírus

Em reunião com o novo secretário municipal de saúde de Niterói, Rodrigo Alves Torres Oliveira, realizada na última quinta-feira (19/3), representantes do Sindsprev/RJ e da Associação dos Servidores da Saúde de Niterói cobraram a ampliação da capacidade de atendimento a pacientes adoecidos pelo Coronavírus. O Sindsprev/RJ e a Associação também cobraram a implementação imediata de medidas para proteção da saúde dos profissionais que estarão na linha de frente do atendimento aos casos de Coronavírus na rede pública de Niterói. As duas entidades manifestaram ainda a preocupação quanto à provável insuficiência numérica de profissionais em face do número crescente de pacientes atingidos pela pandemia e pediram um posicionamento do secretário quanto à implementação da nova tabela salarial.

Em resposta, o secretário Rodrigo Oliveira e o vice-presidente de Atenção Hospitalar, Ramon Sanches, afirmaram que o Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP) abrirá 50 leitos para o controle da pandemia de Coronavírus na cidade, fornecendo espaço físico e insumos.   Quanto à necessidade adicional de recursos humanos para suprir a demanda criada pelos novos leitos do HUAP, a secretaria informou que o preenchimento de postos de trabalho será objeto de um processo seletivo simplificado, já em elaboração. A abertura da emergência do Hospital Antônio Pedro é uma reivindicação histórica do sindicato e da Associação.

A SMS informou ainda que serão abertos 14 leitos no CPN, com remanejamento de pacientes para o Hospital Orêncio de Freitas, que passará a funcionar como hospital de retaguarda da crise.

A regulação dos leitos durante a crise ficará a cargo da própria secretaria e novos leitos poderão ser contratados na iniciativa privada, para suprir a demanda. Segundo a SMS, existe a possibilidade de utilização de um hospital de campanha nos moldes do que foi adotado durante a epidemia da dengue.

A estimativa da SMS é de que sejam necessários cerca de 200 leitos adicionais de terapia intensiva ao longo da pandemia. Ainda de acordo com a secretaria, em uma “primeira onda” deverão estar prontos cerca de 120 a 150 leitos, com alternativas que estão sendo analisadas, como compra direta no setor privado ou arrendamento.

A SMS também informou que a Prefeitura arrendou o Hospital da Unimed, na região Oceânica.

Proteção à saúde dos servidores

Quanto às medidas protetivas reivindicadas pelo Sindsprev/RJ e a Associação, a SMS Niterói afirmou que ‘todo o material necessário foi adquirido e os profissionais somente devem atuar em casos suspeitos, com toda a proteção individual necessária’. Um vídeo produzido pela secretaria será veiculado para orientar sobre a utilização de alguns Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), considerando fatores como tipos de equipamentos, exigências sanitárias e protetoras da população e dos profissionais de saúde, em função do grau e do tipo de exposição.

Em relação aos profissionais mais vulneráveis frente ao Coronavírus, a orientação é que inicialmente esses profissionais permaneçam afastados em isolamento domiciliar, mas os casos devem, segundo a SMS, ser analisados obedecendo aos seguintes critérios: idade acima de 60 anos; essencialidade do profissional na contenção da crise; profissionais com expertise na área e presença fundamental; condições de saúde do profissional que aumentem o risco (comorbidades como hipertensão, diabetes, dislipidemia, doenças cardiovasculares, imunodeprimidos, doenças degenerativas etc).

O Sindsprev/RJ e a Associação reiteraram que os profissionais da saúde neste momento têm uma grande responsabilidade no cuidado da população, mas que justamente por isso a sua proteção é fundamental para a contenção da pandemia.

Sobre a tabela salarial, o novo secretário foi receptivo ao pleito, afirmando estar ciente do andamento das negociações frente ao governo municipal e convencido da justeza da reivindicação. Rodrigo Oliveira se comprometeu a encaminhar o pleito junto ao prefeito Rodrigo Neves, após o Sindsprev/RJ e a Associação reiterarem a urgência da implementação.

Ao término da reunião, a SMS informou que todos os procedimentos eletivos estão suspensos, mas que deve ser mantida a imunização nas unidades básicas, observando-se todas as medidas de segurança necessárias aos profissionais e à população. A SMS informou que pacientes cujos tratamentos não podem sofrer interrupção deverão ser monitorados, dentro do possível e com toda a segurança necessária ao atendimento, garantindo-se o fornecimento de suas medicações de uso contínuo.

Toda a rede de reabilitação está suspensa, devendo os pacientes receber orientações para exercícios em casa. O monitoramento de pacientes mais vulneráveis deverá ser acompanhado de uma mudança para adaptar o protocolo, informou a SMS Niterói.

“Achamos que reunião foi positiva porque mostrou uma importante iniciativa do município de Niterói no sentido de reorganizar a rede pública para o atendimento dos inúmeros casos de Coronavírus que certamente irão buscar o SUS”, avaliou Sebastião José de Souza (Tão), dirigente do Sindsprev/RJ.

“Na nossa visão a reunião foi bastante produtiva porque respondeu às nossas perguntas sobre EPIs, envolvimento do Hospital Antônio Pedro e liberação dos profissionais. A pandemia configura uma situação de grande emergência na saúde pública de todo o país, e Niterói não poderia ficar de fora”, completou Ivone Suppo, também dirigente do Sindsprev/RJ.

Da reunião com o secretário Rodrigo Oliveira também participou o coordenador de RH do município, Eduardo Knust. A Associação dos Servidores foi representada pelos dirigentes Cesar Macedo e Jorge Conceição.

 

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