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sábado, abril 27, 2024
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Juiz absolve policiais acusados de matar e arrastar Cláudia Ferreira

Em uma decisão que causou indignação, o juiz Alexandre Abrahão Teixeira, do 3º Tribunal do Júri, inocentou seis policiais militares acusados de matar e arrastar em um carro da corporação, há dez anos, a auxiliar de serviços gerais Cláudia Ferreira, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Todos respondiam por homicídio e por remover o corpo de Cláudia do local.

Em sua decisão, o juiz alega que os policiais atiraram em traficantes e incorreram em “erro de execução”. “Os acusados agiram em legítima defesa para repelir a injusta agressão provocada pelos criminosos, incorrendo em erro na execução, atingindo pessoa diversa da pretendida”, escreveu o magistrado Alexandre Abrahão Teixeira.

A decisão inocenta o capitão Rodrigo Medeiros Boaventura, que comandava a patrulha, e o sargento Zaqueu de Jesus Pereira Bueno. Denunciados pela remoção do corpo da Cláudia do local também foram absolvidos os subtenentes Adir Serrano Machado e Rodney Miguel Archanjo, o sargento Alex Sandro da Silva Alves e o cabo Gustavo Ribeiro Meirelles.

As cenas gravadas em vídeo mostram que depois de atingida pelos tiros dos policiais, Cláudia foi colocada na parte de trás do camburão, caiu, sendo arrastada por mais de 300 metros, com o carro seguindo em zigue-zague e em alta velocidade. O diretor da Secretaria de Gênero, Raça e Etnia do Sindsprev/RJ, Osvaldo Mendes, condenou a decisão.

(Clique aqui para assistir às cenas do vídeo publicadas pelo jornal Extra).

“Vejam como atua o Estado brasileiro que é o responsável pelas mortes violentas que ocorrem no país, como ocorreu no caso de Cláudia Ferreira. Arrastada por uma viatura da polícia militar, conhecida como ‘camburão’, por 350 metros, tendo o veículo feito várias ultrapassagens. O mundo inteiro viu pela televisão, só o juiz viu enxergou diferente, decidindo pela absolvição dos seis policiais alegando que eles agiram em legítima defesa. Isso é um absurdo”, afirmou.

Cláudia tinha 38 anos, era mãe de quatro filhos e criava quatro sobrinhos. Era auxiliar de serviços gerais. Um cinegrafista amador registrou o momento em que ela é arrastada (o vídeo foi divulgado pelo jornal “Extra”) e, por conta disso, houve suspeita de que os ferimentos no asfalto poderiam ser a causa da morte. O atestado de óbito, no entanto, informa que ela foi morta por conta da “laceração cardíaca e pulmonar de ferimento transfixante do tórax por ação perfurocortante”, ou seja, devido ao tiro.

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