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terça-feira, abril 30, 2024
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Ex-chefe da Comunicação do governo comprova que Bolsonaro boicotou vacina

Após defender Bolsonaro durante horas de depoimento e mentiras em série à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Genocídio, nesta quarta-feira (12/5) o ex-chefe da Secretaria de Comunicação (Secom) do governo federal, o publicitário Fábio Wajngarten, acabou entregando documento comprovando que o presidente da República se recusou a responder ofício enviado pela Pfizer em setembro de 2020, através do qual o laboratório se colocava à disposição para o fornecimento de 70 milhões de doses da vacina contra a covid-19. O documento reforça uma das linhas de investigação da CPI de que Bolsonaro se negou a comprar imunizante, fazendo disparar o número de contaminados e mortos no Brasil.

O presidente defende a tese da imunidade de rebanho, alcançada pela contaminação de 70% da população, dependendo, para isto, de não haver isolamento social, uso de máscara e vacinação em massa. Esta tese é condenada pelas instituições científicas em todo o mundo e pela Organização Mundial de Saúde pelo seu caráter genocida.

Pressionado pelos senadores – que chegaram a pedir sua prisão por mentir seguidamente para defender Bolsonaro e até o ex-ministro Eduardo Pazuello, negando que o tivesse chamado de incompetente pela gestão da pandemia –, Wajngarten disse que a carta da Pfizer oferendo imunizantes chegou ao governo em 12 de setembro do ano passado. O documento fora entregue ao presidente Bolsonaro, ao vice-presidente Hamilton Mourão, ao embaixador do Brasil nos Estados Unidos, Nestor Foster, ao ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, ao da Economia, Paulo Guedes e ao ministro Walter Braga Netto, da Casa Civi.

Contato com a Pfizer

A carta ficou sem qualquer resposta formal até 9 de novembro. Naquela data Wajngarten disse que ficou sabendo por intermédio do dono da emissora RedeTV!

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, Marcelo de Carvalho, que a Pfizer ainda esperava qualquer manifestação do governo. Parecendo querer demonstrar o seu empenho em ‘ajudar’ a resolver a questão, Wajngarten contou que respondeu a Pfizer dois meses depois, em novembro, quando soube da carta.

Depois disso, teria se encontrado três vezes com representantes da farmacêutica. Os senadores da comissão confirmaram a veracidade das informações com Murillo, que presidia a Pfizer no Brasil à época e que depõe nesta quinta-feira à CPI do Genocídio. A encomenda à Pfizer só foi feita em março deste ano, o que atrasou a vacinação e fez ampliar a disseminação da doença.

O presidente da Pfizer em seu depoimento, nesta quinta-feira (13/5) confirmou que não houve resposta por parte do governo. Clique aqui para assistir este trecho do depoimento.

Em depoimento à CPI da Pandemia, o representante da Pfizer, Carlos Murillo, confirmou três ofertas de vacinas da empresa ao Brasil em agosto de 2020 e afirmou que não houve resposta brasileira.

Boicote à prevenção foi oficial

Mesmo com seguidas mentiras, o depoimento de Wajngarten acabou confirmando outra tese relacionada à primeira: a de que o governo usou propaganda oficial para passar aos brasileiros a informação de que estariam protegidos diante de uma imunidade de rebanho, ao desincentivar medidas de restrição de circulação por meio propaganda governamental.

O ex-secretário de Comunicação se contradisse várias vezes em relação ao assunto. Primeiro, negou que tenha sido confeccionada a peça publicitária “O Brasil não pode parar”, estimulando as pessoas a trabalhar em plena pandemia. Mas o vídeo chegou a ser divulgado nas mídias sociais do governo e no site oficial. Diante da repercussão negativa e antes mesmo de uma proibição assinada pelo ministro Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, acabou apagada.

Depois, declarou que o vídeo foi feito ‘de forma experimental’ para em seguida dizer que o seu superior, o ministro Luiz Eduardo Ramos teria divulgado o vídeo internamente, entre alguns ministros. “Depois disso, não sei o que foi feita com a peça”, afirmou.

Mentiu também ao negar que tenha responsabilizado o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, declarando, em entrevista à revista Veja que o agravamento da pandemia se devei ao general por ‘incompetência e negligência”.

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As contradições irritaram os senadores. Como as testemunhas não podem cometer perjúrio, o relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), pediu a prisão do ex-chefe da Secom. O pedido, no entanto, não foi atendido pelo presidente da Comissão o senador Omar Aziz (PSD-AM) que, no entanto, encaminhou a gravação de seu depoimento ao Ministério Público Federal para que um procurador avaliasse se ele cometeu o crime de falso testemunho.

Comando paralelo

Para o relator da CPI, Renan Calheiros, o ex-chefe da Secom, acabou confirmando também a existência de um comando ilegal paralelo, dentro do governo, que ditava as normas relativas à covid-19, passando por cima do ministério da Saúde. A denúncia foi feita em depoimento pelo ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.

“Esse depoimento tem se encaminhado para um terreno muito ruim. Aqui, estiveram dois ex-ministros que confirmaram a existência de uma consultoria paralela. Feita a pergunta ao depoente, ele disse desconhecer a existência, mas é o contrário.

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Vossa senhoria é a prova da existência dessa consultoria. É a primeira pessoa que incrimina o presidente da República, porque iniciou uma negociação, em nome do Ministério da Saúde, como secretário de Comunicação, e se dizendo em nome do presidente. É a prova da existência disso”, disse o relator da CPI.

Confira a agenda completa dos próximos depoimentos na CPI da COVID:

18 de maio – ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo;

19 de maio – ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello;

20 de maio – secretária de Gestão do Trabalho do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro;

25 de maio – presidente da Fiocruz, Nísia Trindade;

26 de maio – presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas;

27 de maio – presidente da União Química, que tem parceria com a Sputinik V, Castro Marques.

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