No momento em que 95 países se unem para fazer uma declaração conjunta na ONU para assumir compromissos de apoiar imigrantes, especialmente em época de covid, o governo Bolsonaro nega a concessão desse apoio humanitário.
A declaração conjunta dos países ocorreu no Conselho de Direitos Humanos da ONU e contou com apoio de EUA, Alemanha, Canadá, Japão e Suécia.
Na América Latina, assinaram a declaração os governos de Argentina, Colômbia, Costa Rica, Equador, Guatemala, Haiti, Jamaica, México, Panamá, Paraguai, Peru e Uruguai, além de dezenas de países africanos e do Oriente Médio.
No documento, os governos reconhecem que “muitos migrantes continuam a ser excluídos dos serviços básicos, incluindo a saúde, e enfrentam discriminação e xenofobia”, alertam.
“Vivemos em um momento que será lembrado daqui a 100 anos, e as decisões que tomarmos hoje moldarão nosso mundo amanhã. É por isso que devemos reconstruir melhor”, defendem os governos.
“Os migrantes são parte da solução e reafirmamos nosso compromisso com a proteção de seus direitos humanos, independentemente de seu status”, insiste o grupo.
Nada disso, no entanto, parece sensibilizar o governo Bolsonaro para a precária situação vivida por migrantes em todo o mundo.
Na verdade, ao não assinar o documento junto com os demais países e assim recusar ajuda humanitária aos migrantes, Bolsonaro apenas confirma uma característica do atual governo: o total desprezo pela vida e o sofrimento humanos, como aliás vem demonstrando inúmeras vezes desde o início da pandemia de covid. Uma vergonha.