Comprovando sua completa irresponsabilidade e falta de compromisso com a vida da população brasileira, o governo Bolsonaro recusou proposta da farmacêutica Pfizer, que no ano passado ofereceu vender ao Brasil vacinas de covid pela metade do preço cobrado nos Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia. Na época, o governo Bolsonaro qualificou de “agressiva” a proposta do laboratório norte-americano, provocando um atraso na compra de vacinas que, segundo cálculos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do genocídio, poderiam ter evitado que 80 mil brasileiros morressem em decorrência do coronavírus.
Na ocasião, Bolsonaro e o então ministro da saúde, general Eduardo Pazuello, consideraram “muito elevado” o preço de 10 dólares por dose de vacina, enquanto EUA e Reino Unido estavam pagando 20 dólares por dose e, na União Europeia, cada dose saiu a 18 dólares. A comparação dos valores das doses de vacinas foi publicada recentemente pela ‘Folha de S. Paulo’.
Com o atraso na contratação das doses, as primeiras doses da vacina Pfizer só chegaram ao Brasil em abril, oito meses depois da primeira oferta.
Enquanto isso, a vacinação contra a covid segue a passo de tartaruga no Brasil, onde apenas 23% da população recebeu a primeira dose, de acordo com o novo balanço do consórcio de veículos de imprensa divulgado no último sábado (5/6). Já a segunda dose foi aplicada a apenas 10,81% da população.
“Existe uma política do governo que nega a eficiência das vacinas na prevenção de doenças e no salvamento de vidas. Quando a Pfizer ofereceu grande quantidade de vacinas ao governo brasileiro, a preços menores que os oferecidos a outros países, o governo não fechou o contrato porque, além de não acreditar na eficiência de vacinas, sempre procurou minimizar a pandemia, chamando a covid de ‘gripezinha’. É o mesmo governo que vem destruindo a rede federal de saúde e demitiu milhares de profissionais contratados, provocando a interdição de leitos e jogando a população na mais absoluta desassistência. É um governo genocida”, protestou Sidney Castro, da direção do Sindsprev/RJ.