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quarta-feira, maio 8, 2024
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Covid: estados não priorizam vacinação de populações carcerárias, quilombolas e em situação de rua

Nove estados brasileiros ainda não incluíram, entre os grupos prioritários para vacinação contra a covid, membros das populações carcerárias, quilombolas, ribeirinhas e em situação de rua. A constatação é da pesquisa Planos de vacinação nos estados e capitais do Brasil”, do Observatório Direitos Humanos Crise e Covid-19, que reúne ONGs, movimentos sociais e populares como Anistia Internacional, Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB), Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) e Coalizão Negra de Direitos, entre outros.

Segundo o estudo, os quatro grupos populacionais citados constam como prioritários na última versão do Programa Nacional de Imunizações (PNI), de 15 de março.
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No entanto, não é o que vem ocorrendo na prática. Juntas, essas populações correspondem a mais de 1,7 milhão de pessoas e integram cerca de 6.
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023 comunidades.

Os quilombolas não são grupo prioritário em Roraima, Acre e Alagoas. Já ribeirinhos estão fora dos planos de Pará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Sergipe e Alagoas. A população privada de liberdade (carcerária) não consta como preferencial em Alagoas. Já Pará e Alagoas não colocaram as pessoas em situação de rua como prioridade.

O estudo do Observatório Direitos Humanos Crise e Covid-19 mostra ainda que menos de 60% dos indígenas aldeados receberam a primeira dose do imunizante, embora estejam na primeira fase das campanhas em todos os estados. No caso dos povos de comunidades quilombolas, que figuram entre os primeiros a serem vacinados na maior parte dos estados, a estatística é ainda mais alarmante: menos de 4% foram imunizados.

Responsável pela pesquisa do Observatório Direitos Humanos Crise e Covid-19, Felipe Freitas declarou ao jornal O Globo que a carência de vacinação desses grupos reflete a desigualdade e a violência que as populações sofrem, inerentes à história brasileira. “O Brasil é um país violento, e ainda mais em relação a esses públicos: negros, quilombolas, indígenas, pessoas em situação de rua, ribeirinhos. A gestão da pandemia tem revelado a radicalização desse processo de autorização da morte desses grupos”, disse.

Biko Rodrigues, da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq), denuncia que o governo federal utilizou dados defasados para calcular a quantidade de doses. “O número com o qual o estado brasileiro está trabalhando está muito abaixo do número de famílias quilombolas que existem no país hoje. Ele trabalha com 2 milhões de doses para quilombolas e, pela estimativa da Conaq, esse número é quatro vezes maior, com dados que temos das secretarias estaduais”, explicou.

Além de não abarcar parte expressiva das populações carcerárias, quilombolas, ribeirinhas e em situação de rua, a vacinação contra a covid no Brasil está, em âmbito geral, bastante atrasada.

Até o momento, apenas 13% dos brasileiros receberam a primeira dose de vacina, consequência do desleixo do governo Bolsonaro em relação à saúde da população. Enquanto a maioria dos países começou a planejar suas imunizações em setembro de 2020, o governo brasileiro nada fez. Mesmo assim, só começou a agir (com muito atraso) quando pressionado por Congresso, Judiciário, imprensa e sociedade civil.
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Para piorar a atual situação, neste mês de abril o Ministério da Saúde reduziu, de 47 milhões para 25,5 milhões de doses, a previsão de entrega de vacinas. Em março deste ano, o Ministério já havia reduzido — de 46,9 milhões para 32,4 milhões — sua previsão de entrega de novas doses.

Enquanto isso, a covid continua matando (e muito) em todo o Brasil, país onde a doença já tirou a vida de quase 400 mil pessoas.

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