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sábado, abril 27, 2024
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Após pressão, diretor do Hospital do Andaraí se compromete a pagar salários de terceirizados

Desde dezembro com salários atrasados, inclusive o 13º, trabalhadores de empresas terceirizadas do Hospital Federal do Andaraí (HFA) paralisaram suas atividades nesta quinta-feira (11/1) e participaram de um protesto, pela manhã, que parou o trânsito em frente à unidade. O Sindsprev/RJ deu todo o apoio logístico e político à mobilização.

Por volta do meio-dia, uma comissão de negociação foi recebida pelo chefe de logística do hospital, Laumar Cidaco, da qual participaram a diretora do Sindsprev/RJ Christiane Gerardo e dirigentes do Núcleo Sindical do Andaraí. O gestor se comprometeu a pagar os terceirizados.

No caso dos trabalhadores da empresa Flex, faria uma ordem de pagamento ainda nesta quinta-feira (11/1). Na TS, o gestor do Andaraí firmou o compromisso de pagar à empresa que repassaria os valores aos terceirizados. Já em relação à Anavele, que entrou com pedido de falência, a gestão do hospital disse que tem em seu poder notas fiscais e as utilizará para conseguir saldar os atrasados.

Mesmo com a promessa, foi decidido manter a mobilização dos terceirizados até que os valores sejam creditados em suas contas. Christiane frisou que este atraso salarial faz parte do projeto do governo Lula de desmontar e inviabilizar a rede federal de saúde, para então justificar a sua entrega à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) e privatizar todas as unidades.

“Isto já foi feito no Gaffrée Guinle, um hospital universitário pertencente à UniRio, que foi sucateado, quase extinto, passando para as mãos da Ebserh, que só fez piorar a situação. Agora, tivemos a informação de que querem passar a gestão do Hospital Federal dos Servidores à Ebserh e fazer o Gaffrée funcionar dentro do HFSE. Trata-se, na verdade, de um ataque a toda a rede federal”, denunciou durante o ato em frente ao Andaraí.

Servidores protestaram na entrada principal do Hospital do Andaraí, onde sucateamento da unidade piora a cada dia. Foto: Fernando Gonçalves.

Sebastião de Souza, dirigente do Sindsprev/RJ, frisou ser preciso todos os setores, servidores e terceirizados, estarem juntos na luta contra o desmonte dos hospitais federais. Também diretora da entidade, Maria Celina defendeu a participação de todos em defesa dos hospitais em que trabalham. “É só assim que vamos vencer esta luta”, afirmou.

Próximos passos

Os próximos passos da luta dos terceirizados são os seguintes: se manter mobilizados para garantir que a promessa de Laumar seja cumprida; participar, no próximo dia 16/1, de uma paralisação de 24 horas da rede federal, com ato em frente ao HFSE, às 10h30; e, no dia 24/1, participar do Dia Nacional de Luta, com paralisação e ato, às 10 horas, em frente ao Departamento de Gestão Hospitalar (DGH), na Rua México, 128, Centro da Cidade.

Agressão

Antes de ser recebida por Laumar, a comissão de negociação foi barrada, com truculência, pelos seguranças patrimoniais do Hospital do Andaraí, que, desta forma, extrapolaram suas funções. Um deles agrediu Christiane Gerardo, fechando a porta que dá acesso à sala onde aconteceria a reunião, sobre os dedos da mão esquerda e da perna da dirigente.

A agressão continuou até que uma assessora do diretor-geral do hospital, Jeferson Antunes, chegou para intermediar a negociação, o que pôs fim à truculência.

Vale a pena lembrar que o Hospital Federal do Andaraí está sob a gestão do Ministério da Saúde do governo Lula. E que tanto Laumar quanto Jeferson foram indicados pelo deputado federal Dimas Gadelha (PT), que é médico sanitarista.

Segundo matéria do RJ 2, Dimas Gadelha seria o responsável pela indicação, também, dos principais cargos do Hospital Federal dos Servidores. O diretor-geral daquela unidade é Abel Martinez Dominguez, que tomou posse em abril. Dimas esteve na cerimônia. O reduto eleitoral de Dimas é a cidade de São Gonçalo, onde ele já foi secretário de Saúde.

 

 

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