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domingo, novembro 24, 2024
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À beira do colapso total, Hospital de Bonsucesso está destruído e pode fechar as portas definitivamente

Uma das principais unidades da rede federal de saúde do Rio, o Hospital Federal de Bonsucesso (HFB) agoniza e está à beira de um colapso total. Desde o incêndio que em outubro de 2020 atingiu o prédio 1 da unidade, o HFB já perdeu cerca de 1.300 profissionais, o que corresponde a um terço da força de trabalho do hospital. Nesse grupo de 1.300 profissionais estão servidores concursados transferidos para outras unidades da rede federal, contratados pela RioSaúde e contratados temporários que foram demitidos pelo Ministério da Saúde em plena pandemia de covid.

Com base em um ofício enviado em março deste ano ao Ministério Público Federal do RJ pelo então diretor substituto do HFB, Claudio Penna Gonçalves, reportagens do RJ1, da TV Globo, mostraram que somente 87 dos 370 leitos do hospital estão funcionando.

O setor de Nutrição, por exemplo, perdeu 15 dos 16 servidores lotados ali. No CTI pediátrico, apenas 4 dos 11 leitos estão em funcionamento, devido à falta de recursos humanos. As reportagens mostraram ainda que o CTI adulto e a emergência do Hospital de Bonsucesso estão fechados pelo mesmo motivo: falta de profissionais. Das 17 salas cirúrgicas, apenas 4 funcionam.

O resultado é que os transplantes renais e de fígado estão praticamente parados no HFB, que já foi a principal unidade de referência na área. “Na prática, o Hospital Federal de Bonsucesso já está fechado porque a emergência não atende mais ninguém, nem a casos graves. E isto acontece porque não há médicos em número suficiente para o funcionamento do setor. O prédio 1, onde ocorreu o incêndio do ano passado, continua fechado e não há previsão alguma de reabertura. Ali existiam enfermarias e cirurgias eram realizadas. Tudo isto que está acontecendo é parte da necropolítica do governo Bolsonaro, que quer acabar com o Hospital de Bonsucesso e com todas as unidades de saúde da rede federal. É um governo comprometido com a morte”, afirmou Osvaldo Mendes, dirigente do Sindsprev/RJ.

Nos últimos três anos, Osvaldo distribuiu um abaixo-assinado em defesa do Hospital de Bonsucesso, denunciando a precariedade do HFB e pedindo a realização imediata de concurso público. A coleta de assinaturas, no entanto, teve de ser interrompida devido à pandemia da covid.

Com o fim dos contratos dos atuais profissionais temporários da rede federal, a situação do HFB e de toda a rede tende a se agravar, inviabilizando o atendimento à população.

 

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