A Lava Jato descobriu, durante a campanha presidencial, que uma empresa do atual ministro da Economia, Paulo Guedes, realizou pagamento a um escritório de fachada, suspeito de lavar dinheiro para um esquema de distribuição de propinas a agentes públicos no governo do Paraná.
Mesmo assim, os procuradores da Operação trataram de blindar Guedes: o Ministério Público Federal (MPF) apresentou a denúncia sobre o caso, em abril, mas não incluiu Guedes ou outros representantes da empresa.
A empresa é a GPG Consultoria, da qual Guedes foi sócio-administrador entre novembro de 2005 e outubro do ano passado, e repassou R$ 560,8 mil, em 2007, à Power Marketing Assessoria e Planejamento, operada por um assessor do ex-governador do Paraná, Beto Richa (PSDB-PR).
Só foi registrada uma citação ao pagamento da empresa de Paulo Guedes, em nota de rodapé, na peça de 138 páginas encaminhada à Justiça. Já os responsáveis por outras duas companhias que destinaram recursos ao escritório suspeito foram presos, denunciados e viraram réus de ação penal aberta pelo ex-juiz Sergio Moro.
O pagamento da empresa de Guedes foi feito em 14 de agosto de 2007.
Sete dias depois, Carlos Felisberto Nasser, que operava a Power Marketing, sacou R$ 500 mil da conta da empresa.
O propósito do esquema de verbas, segundo a Lava jato, era o de beneficiar a Econorte, do Grupo Triunfo, em concessões de rodovias. O caso foi investigado na Operação Integração, fase da Lava Jato deflagrada em 22 de fevereiro de 2018.