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quinta-feira, novembro 21, 2024
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Flexibilização em meio ao aumento da Covid-19 pode agravar pandemia

De forma irresponsável, governos de estados, como os de Minas e São Paulo, e prefeituras, como a do Rio de Janeiro, vêm anunciando a flexibilização do isolamento social, o que deverá levar ao descontrole e ao aumento ainda maior do número de casos de contaminação pelo novo coronavírus. Essas decisões estão sento tomadas sem base científica, já que, em todos os demais países, a flexibilização gradual começou a ser feita apenas após semanas de queda da curva de novos casos e óbitos.

Para não falar no governo Bolsonaro, que boicota criminosamente o isolamento social, sem que o Congresso Nacional ou o Supremo Tribunal Federal (STF) abram processo de impeachment contra o presidente por crime de responsabilidade, já que o boicote é crime contra a saúde pública. Pedido coletivo de abertura de processo de impeachment, tendo este como principal motivo, foi entregue por partidos de oposição e mais de 400 entidades da sociedade, no dia 21 de maio, ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e ficou sem reposta.

No último dia 25/5, o prefeito do Rio, Marcelo Crivella, decidiu liberar atividades em igrejas e templos religiosos. A medida, de caráter obviamente financeiro, expõe milhares de pessoas a risco de vida e contraria o Comitê Científico convocado pela própria prefeitura, que havia recomendado no último sábado (23) a continuidade das proibições de eventos que causam aglomerações, e o caso das igrejas foi justamente usado como exemplo do que não deveria ser liberado, devido ao seu alto potencial de se transformar em vetor de contágio.

Covid-19 dispara no Brasil

No Brasil, a flexibilização pode ter consequências muito sérias com o aumento ainda maior da disseminação da pandemia. A propagação da doença vem aumentando em todo o país.

O Brasil confirmou na quinta-feira (28/5) o maior número de casos do novo coronavírus nas últimas 24 horas. Segundo o balanço do Ministério da Saúde, 26.417 novos casos foram computados pelos estados do Brasil. Com isso, o país totaliza 438.238 mil infectados pela covid-19. O Ministério da Saúde também registrou mais 1.156 mortes. Ao todo, 26.754 óbitos pela doença já ocorreram no país.

Mais de 2 mil mortes por dia

Com mais de mil mortes diárias sendo confirmadas consecutivamente nos últimos dias, a previsão é que o Brasil ultrapasse, já nesta sexta-feira (29/5), o número de óbitos da Espanha, que tem 27.119 mortes e não registra mais de 100 perdas diárias há uma semana.

A diferença entre os dois países é de 702 óbitos. O país também pode substituir o quarto lugar em mais fatalidades nos próximos dias, tomando a posição da França, que também está em fase de descida da curva e tem 28.665 mortes. Os dados são do levantamento da Universidade Johns Hopkins.

Só em São Paulo a covid-19 matou 6.980 pessoas e infectou 95.865. O vírus já chegou em 517 cidades do estado, sendo que, em 257 delas, há registro de pelo menos uma morte. Ao passo em que a doença vai avançando pelos municípios de SP, epicentro da doença no país, também se observa uma virada nos números.

De acordo com a secretaria de saúde do estado, foram registradas 18,9 mil altas de pacientes com coronavírus, número 2,7 vezes maior que o total de mortes pelo novo coronavírus e também 51% superior ao total de pessoas internadas.

São 12,5 mil pacientes em hospitais de SP, sendo 4.701 em UTI e 7.805 em enfermaria.

No estado do Rio

Além de São Paulo, outras unidades da federação preocupam com os altos números de fatalidades da doença. O Rio de Janeiro, por exemplo, ultrapassou o total de mortos na China, país de origem do novo coronavírus. Enquanto o estado fluminense contabiliza 4.856 mortes, os números chineses estão em 4.638, segundo levantamento da Universidade Johns Hopkins. Mais 251 óbitos foram acrescentados nas últimas 24 horas no RJ, fazendo com que o estado compute pela terceira vez consecutiva um montante superior a 200 fatalidades diárias.

Além de São Paulo e Rio de Janeiro, outros quatro estados já possuem mais de mil mortes. São eles: Pará (2.704), Ceará (2.733), Pernambuco (2.566) e Amazonas (1.964), que também já registraram mais de mil mortes cada. Juntos com SP e RJ, esses estados somam 21.803 óbitos, ou seja, 81,4% de todas as mortes já confirmadas. Todos os 26 estados do Brasil, mais o Distrito Federal, já registraram casos e mortes.

*Com informações do Ministério da Saúde, jornal ‘O Etado de Minas’, ‘Poder 360’ e ‘XP Política’.

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