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sábado, novembro 23, 2024
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Witzel ajudou a destruir os hospitais públicos, que não têm como combater coronavírus

O governador Wilson Witzel diz que a situação da pandemia do novo coronavírus saiu do controle, tendo os hospitais da rede pública estadual entrado em colapso. Para a diretora do Sindsprev/RJ Clara Fonseca, o colapso já existia mesmo antes da doença chegar ao estado. “E Witzel sabia disto”, denuncia. “E não fez nada para minimizar esta situação porque a saúde nunca foi a sua prioridade”, afirmou. O caos é tão grande que corpos estão sendo amontoados e, quando as famílias conseguem local para sepultar, já estão em decomposição.

Clara constata que quem paga por isto, além da população que não encontra atendimento, são os profissionais de saúde, que morrem sem equipamento de proteção. “Em meio a esta batalha milhares estão morrendo por falta de equipamentos básicos. Pessoas estão perdendo seus entes queridos porque os hospitais estão desaparelhados, superlotados, com setores abandonados e fechados, com déficit de pessoal, sem o equipamento necessário, porque há mais de 20 anos vêm sendo desmontados pelo corte de verbas. Witzel faz parte disto. E os heróis sem máscara, os profissionais de saúde que lutam pela vida da população, estão morrendo porque o governo não lhes fornece sequer Equipamento de Proteção Individual.
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É um genocídio que já vinha acontecendo e que só se acentuou com a Covid-19”, advertiu.

Witzel faz jogo de cena

Clara cobrou o fim da omissão da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). “Onde está a Comissão responsável pela fiscalização da saúde? Por que até hoje não foi sequer a um hospital verificar se Witzel está mentindo quando diz que tudo está funcionando e que o problema é o aumento do número de contaminados e que tem EPI?”, questionou.

Acrescentou que acontece no estado do Rio uma situação covarde e cínica. “O governador faz jogo de cena, para esconder esta situação dramática.
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A verdade é que a rede estadual não tem como evitar a morte de milhares de pessoas”, afirmou.

A dirigente frisou que a verdade fica evidente no Orçamento Estadual. “Para dar tiro na ‘cabecinha’, Witzel destinou R$ 12,6 bilhões para a segurança, e apenas metade deste valor, R$ 6,7 bilhões, para a rede de saúde. Em plena crise da Cedae, mandou cortar R$ 370 milhões nos investimentos em saneamento, dinheiro para áreas carentes, tornando-as alvos ainda mais fáceis de contaminação pelo novo coronavírus”, lembrou.

Mortes podiam ter sido evitadas

O governo deixou os hospitais do estado chegarem a uma situação em que não há como salvar vidas. “Tinha como ser diferente. Mas na atual situação os profissionais de saúde estão sendo obrigados a se recusar a entrar no CTI porque não tem mais carrinho de parada (para transporte de medicamentos, seringas e outros insumos a serem usados nos pacientes acamados). Como é que num CTI com 20 leitos, do hospital de campanha inaugurado agora, só tem um carrinho de parada? Parece que os nossos governantes estão apostando na eutanásia, estão matando mais que o Covid-19 com a sua falta de ação ou má-gestão e falta de liderança”, acusou.

Clara repetiu que o governo não dá EPI, não dá insumos ou leitos para os pacientes e ainda desvia verba comprando respirador superfaturado. “É um país conduzido por milícias, deputados e governos corruptos. O Ministério Público, a Polícia Federal e a Defensoria Pública têm que botar essa gente na cadeia”, sugeriu.

Disse que nos hospitais, inclusive os que eram estaduais e passaram para o município do Rio, não há mais local para colocar os corpos. “No Albert Shuweizer (município do Rio), os corpos de pacientes mortos estão sendo amontoado numa sala sem refrigeração, e, quando a família consegue um local para enterrar, os corpos já estão em decomposição”, denuncia. “Isso tudo é muito grave e estão escondendo da população. Os governantes vão para a mídia dizer que não está acontecendo nada. A gente denuncia que não tem EPI, e eles negam e dizem que tem. A Michelan está doando EPI na Zona Oeste, só que não chegam aos hospitais. EPI, álcool-gel não chegam em unidade nenhuma”, afirmou.
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Em consequência, o número de óbitos de profissionais só aumenta. “Só ontem (14/5) foram quatro no Hospital Eduardo Rabello. No Rocha Faria, a situação também é a mesma, sendo que até agora não chegaram os contêineres refrigerados para colocar os corpos. As famílias não recebem a informação, e mesmo assim o secretário diz que está tudo certo”. Para a dirigente, a situação se torna ainda mais grave quando o governo federal quer acabar com o isolamento social, com repercussões em todo o mundo.

“Fora o dinheiro desviado, encontrado pela Polícia Federal, destinado à compra de respiradores. Para a dirigente, existe a possibilidade de haver um esquema na secretaria de saúde de desvio de material e verba.

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