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sexta-feira, novembro 1, 2024
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Em ato no HFB, servidores repudiam práticas autoritárias do Grupo Hospitalar Conceição

Servidores da rede federal do Rio protestaram, na manhã desta quarta-feira (30/10), contra as práticas autoritárias do Grupo Hospitalar Conceição (GHC). Realizada em frente à entrada principal do Hospital Federal de Bonsucesso (HFB), a manifestação terminou com a aprovação de um indicativo para realização de paralisação de 24h na próxima semana, em data a ser definida nos próximos dias. Ao final do ato, os servidores e servidoras da rede federal abriram uma imensa faixa com os dizeres: “Fora Rede Conceição! O HFB não precisa de vocês”. Em seguida, entoaram a frase de protesto: “os assediadores não passarão”.

Em clima de indignação, trabalhadores do HFB criticam medidas do Grupo Conceição. Foto: Mayara Alves.

No último dia 23/10, durante reunião com os servidores e servidoras do HFB ocorrida no auditório do prédio da maternidade, o diretor-presidente do Grupo Hospitalar Conceição, Gilberto Barichello, fez uma fala em tom agressivo, intimidatório e ameaçador. De pé e com o dedo em riste, ele disse o seguinte: “é esta empresa [Grupo Conceição] que vai trabalhar aqui. Se esta empresa não te interessa, não é aqui o seu lugar”.

A inaceitável fala do presidente do Grupo Conceição juntou-se à intenção da empresa gaúcha de reter os servidores do HFB o maior tempo possível no hospital. O objetivo é se apropriar da experiência dos trabalhadores e trabalhadoras do HFB para, em seguida, descartá-los. Por isto o Grupo Conceição aumentou, de 90 para 170 dias, o prazo mínimo de permanência dos trabalhadores na unidade.

“Assesiadores não passarão”. Servidores exigem ter o direito de sair imediatamente do HFB, caso assim o desejem. Foto: Mayara Alves.

“Na última assembleia aqui no Hospital de Bonsucesso, nós decidimos solicitar ao Ministério da Saúde a nossa liberação imediata. No entanto, o Sr. Gilberto Barichello disse que permaneceríamos no hospital por um período de 90 a 150 dias. Se o Grupo Conceição fez uma promessa à população, que ele cumpra esta promessa sem utilizar a nossa mão de obra. Afinal, nós fomos chamados de vagabundos e incompetentes. Então, por que o Grupo Conceição agora quer nos reter aqui?. Se é pra sair, eu quero sair agora. Se nós fizermos 24h de efetiva paralisação, o comportamento do Grupo Conceição vai mudar em relação a nós”, afirmou Roseane Vilela, do Comando de Greve do HFB.

“Precisamos decidir aqui o futuro que a gente quer, que luta vamos fazer e se realmente queremos lutar. Nós não perdemos a nossa dignidade e as cartas estão postas. Nós é que temos de escolher o nosso caminho aqui dentro. Não dá mais pra esperar que os outros lutem pela gente. É isto o que tenho a dizer hoje”, afirmou Ivanilda Ferreira, também membro do Comando de Greve do HFB.

Servidores aplaudem falas com críticas à gestão autoritária do Grupo Conceição no HFB. Foto: Mayara Alves.

“Nós fomos em todos os setores, mas muitos colegas diziam que o Sindsprev/RJ estava fazendo terrorismo. Alguns até se escondiam para não ouvir o que tínhamos a falar. Aí chegou o Grupo Conceição tirando todas as chefias. Como viram que não estava dando certo, agora chamaram de volta as mesmas chefias que eles tiraram de forma absolutamente desrespeitosa. Quero dizer que nós temos como derrotar isto, mas terá que ser com a unidade de todos. Temos 600 pessoas no grupo de zap ‘Fora Conceição’. Se fizermos uma grande paralisação, a gente consegue reverter muita coisa”, frisou Sidney Castro, dirigente do Sindsprev/RJ.

Servidora lotada no ambulatório da emergência, Andrezza Piccoli manifestou posição contrária aos pedidos de saída do HFB. “Uma coisa que me incomoda é quando o Grupo Conceição fala em movimentação de servidores, mas eu não quero sair e vou ficar aqui. Se a gente debandar, vai ficar mais difícil brigar pelas 30h. Será que vale a pena sair correndo agora? Meu chamamento é para ficarmos e brigarmos pela nossa escala”, disse ela.

No mesmo dia em que Gilberto Barichello proferiu suas declarações intimidatórias aos servidores e servidoras do HFB [23/10], o Sindsprev/RJ imediatamente denunciou o ocorrido à coordenadora-geral de gestão de pessoas do Ministério da Saúde, Etel Matielo, exigindo providências contra aquela inaceitável prática de assédio. Até o momento, porém, nada foi feito pela gestão Nísia Trindade em favor dos trabalhadores e trabalhadoras do Hospital de Bonsucesso.

“Fora Rede Conceição. O HFB não precisa de vocês”. Foto: Mayara Alves.

 

 

 

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