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quinta-feira, dezembro 12, 2024
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Pressão dos servidores faz Stefanutto voltar atrás no ataque à greve do INSS

A pressão nacional dos servidores do INSS fez com que o presidente do órgão, Alessandro Stefanutto, se comprometesse a revogar oficio que assinou no dia 3 de setembro, considerando terminada a greve da categoria e, em função desta falsa informação, os dias parados como ‘faltas injustificadas’. O compromisso foi assumido em negociação com o Comando Nacional de Greve, na manhã desta quinta-feira (5/9), durante a ocupação da antessala da Presidência do INSS, que o CNG iniciou na véspera, como forma de pressionar pelo cancelamento do ofício e pela abertura de uma mesa de negociação da greve.

“O presidente do INSS concordou em receber o CNG durante a ocupação, na manhã desta quinta-feira, conforme acordo com o Comando do Rio de Janeiro e com o Comando Nacional. Nos recebeu às 7 horas e concordou com a revogação do ofício que impôs o corte do ponto por falta injustificada”, afirmou a diretora da Fenasps e integrante do CNG, Thaize Antunes, logo após encontro.

Uma hora depois, já com o documento em mãos, informou: “Estamos aqui com a assinatura da circular 6, que torna sem efeito o ofício 19 do presidente do INSS, voltando os dias de paralisação a ter o código de greve e não mais serem considerados como faltas injustificadas. A edição deste documento foi fruto da pressão da ocupação e da greve que cresce em todo o país. Foram reabertas também as negociações”, afirmou a dirigente na manhã desta quinta-feira, após o encontro com Stefanutto. No encontro, o CNG reafirmou todas as pautas da greve, como o cumprimento do acordo de greve de 2022, carreira típica de Estado, fortalecimento da carreira e concurso público.

Participação do Comando do Rio – O Comando de Greve do Rio de Janeiro teve participação direta no recuo, tendo entrado em contato com Stefanutto, na tarde de quarta-feira (4/9), reivindicando que recebesse o Comando Nacional. A pedido do Comando Estadual, o deputado federal Reimont (PT-RJ) também conversou com o presidente do Instituto, conseguindo dele o compromisso de receber os integrantes do CNG durante a ocupação, o que aconteceu às 7 horas desta quinta-feira.

“Foi um dia tenso, ontem (4/9); madrugada também tensa. Em virtude de uma atmosfera desfavorável ao diálogo, criada pelo entendimento do presidente do INSS, num primeiro momento, de que o acordo assinado com a CNTSS, que não tem representatividade nenhuma junto à categoria, teria posto fim à greve, foi importante a movimentação do CNG, e também do Comando do Rio de Janeiro. Nos articulamos com a Anasps, para que conversasse com o presidente do INSS a fim de que recebesse o Comando Nacional da Fenasps. Insisti, em nome do Comando do Rio de Janeiro, com o presidente, que se comprometeu a receber quatro representantes do CNG Fenasps, na manhã de hoje (5/9)”, relatou o diretor do Sindsprev/RJ e integrante do Comando Estadual e do Nacional de Greve Rolando Medeiros.

Força da greve – O contato foi feito com Stefanutto, que permaneceu, durante toda a noite de quarta-feira, na sala da Presidência do Instituto, durante a ocupação, mas, sem receber o CNG. Na madrugada, o presidente do INSS disse a Rolando Medeiros que concordava em receber o CNG, mas que só o faria na manhã desta quinta-feira. Outros representantes do Comando de Greve do Rio de Janeiro, fizeram também uma ponte com o deputado Reimont, numa plenária da saúde federal, no auditório do Sindsprev/RJ, na tarde de quarta-feira, tendo o parlamentar entrado em contato com Stefanutto e também conseguido dele o compromisso de receber o CNG, como relatou Vinícius Costa Lopes, servidor aposentado do INSS e integrante do Comando Estadual.

No telefonema, Stefanutto teria se comprometido também a incluir no ‘acordo’ da CNTSS, um aditivo com pontos relevantes para os servidores a serem negociados com o CNG-Fenasps. Disse que levaria os termos deste aditivo ao ministro Lupi para ser encaminhado ao Ministério da Gestão e Inovação (MGI), defendendo que seja apensado ao ‘acordo’ da CNTSS. “Entendemos que houve um avanço significativo, do qual teve participação importante o Rio de Janeiro”, avaliou Vinícius.

O integrante do Comando Estadual criticou o pedido de Stefanuto de desmarcação da audiência de 20 de setembro feito ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), alegando que teria perdido o objeto, argumentando o fim da greve. “É uma tática do governo de desmobilizar a greve. No entanto, ainda cabe às entidades nacionais se pronunciar no processo, refutando as alegações do governo”, afirmou. Avaliou que a greve se encontra em ascensão “tanto é que o presidente do INSS reabriu as negociações, revertendo iniciativas que tinha tomado, e se comprometendo a avançar na pauta de reivindicações”.

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