Foi transferida para esta terça-feira (27/8), às 18h, a assembleia virtual dos servidores da rede federal do Rio que aconteceria hoje (26/8), no mesmo horário. O motivo para o adiamento foi a necessidade de apresentação de informes mais completos, uma vez que representantes dos trabalhadores da rede e dirigentes do Sindsprev/RJ estão neste momento em Brasília para realização de contatos com lideranças parlamentares visando forçar a abertura de negociações com o Ministério da Saúde.
A assembleia virtual desta terça-feira (27) vai definir o calendário das próximas mobilizações e, a partir das informações de Brasília, estabelecer a melhor forma de ampliar o alcance das denúncias sobre as irregularidades da proposta de fatiamento da rede federal. Se você é servidor da rede federal do Rio, não deixe de participar da assembleia de hoje (26), às 18h.
A sala virtual da assembleia pode ser acessada abaixo:
Entre as unidades da rede federal, quatro estão no momento mais diretamente ameaçadas de desmembramento: o Hospital Federal do Andaraí (HFA), o Hospital Federal Cardoso Fontes (HCF), o Hospital Federal dos Servidores do Estado (HFSE) e o Hospital Federal de Bonsucesso (HFB).
A intenção do Ministério da Saúde é municipalizar os hospitais do Andaraí e Cardoso Fontes (Jacarepaguá), como parte de um acordo eleitoral entre o governo Lula (PT) e o prefeito Eduardo Paes (PSD). Acordo que prevê o repasse inicial de R$ 400 milhões ao município do Rio. Se os dois hospitais (Andaraí e Cardoso Fontes) forem efetivamente municipalizados, isto vai provocar a completa destruição dessas unidades, que ficarão ainda mais sucateadas, como já acontece na rede municipal do Rio, onde os trabalhadores convivem diariamente com falta de insumos, medicamentos, equipamentos quebrados, ratos e baratas. Além disso, o perfil dos hospitais federais do Andaraí e Cardoso Fontes é de oferecer atendimento de alta complexidade, o que destoa completamente das unidades municipais de saúde.
Quanto ao HFSE, a intenção de Lula (PT) e da ministra Nísia Trindade (Saúde) é entregar a unidade à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), que já administra hospitais universitários atualmente muito conhecidos por grande caos e sucateamento, como o Antônio Pedro (Niterói) e o Gafrée e Guinle (Rio de Janeiro).
Em relação ao Hospital Federal de Bonsucesso — principal unidade SUS da Zona Norte do Rio —, a intenção de Lula e Nísia Trindade é entregá-lo ao Grupo Hospitalar Conceição (GHC).
Até o momento, a greve da rede federal tem sido fator decisivo para impedir que o governo Lula (PT) implemente seu plano de completa destruição das unidades de saúde pública. Foi a greve, por exemplo, que forçou Nísia Trindade (Saúde) e o prefeito Eduardo Paes (PSD) a momentaneamente adiarem a municipalização do Hospital do Andaraí para após as eleições deste ano. Da mesma forma, a greve aumentou a visibilidade das denúncias de fatiamento e entrega das outras unidades diretamente ameaçadas, como Cardoso Fontes, HFSE e Bonsucesso, indispondo o governo Lula (PT) e a gestão Nísia perante a opinião pública.
Apesar disto, o Ministério da Saúde continua negando-se a abrir um efetivo processo negocial. O que mostra a necessidade de continuar e fortalecer a greve da rede federal.