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sexta-feira, setembro 20, 2024
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Servidores denunciam municipalização da rede federal e exigem que Ministério da Saúde negocie pauta da greve

Servidores da rede federal em greve fizeram, na manhã desta quinta-feira (18/7), mais um ato unificado para denunciar a postura desrespeitosa do Ministério da Saúde no trato das reivindicações da categoria. Desta vez, a manifestação foi iniciada às 9h30, com uma concentração de servidores em frente à sede do Sindsprev/RJ, na rua Joaquim Silva, 98 – Lapa, de onde os trabalhadores seguiram em passeata até o prédio do Departamento de Gestão Hospitalar (DGH), situado na rua México, 128 – Centro. A passeata em direção ao DGH começou cerca de uma hora após o início da concentração no Sindsprev/RJ.

Acompanhados por passistas, músicos, bateria e cantores do bloco carnavalesco ‘Filhos da Pública’, os servidores saíram num “desfile” que percorreu então a rua Teotônio Regadas (ao lado da Sala Cecília Meireles), atravessou o largo da Lapa até a rua do Passeio, seguiu pela Cinelândia, entrou na rua Santa Luzia e parou cerca de 10 minutos na esquina com a rua México, em frente à sede do Tribunal de Contas do Município do Rio de Janeiro.

Dirigentes do Sindsprev/RJ e servidores em frente ao Tribunal de Contas do Município do Rio, que tem parecer contrário à municipalização. Foto: Mayara Alves.

Após 64 dias de greve, Ministério ignora reivindicações da rede federal

“Estamos em greve há 64 dias. São 64 dias em que o Ministério da Saúde ignora as reivindicações da rede federal, apresentando como ‘solução’ a absurda entrega dos hospitais federais ao município do Rio. Paramos aqui, em frente ao Tribunal de Contas, porque aqui foi produzido um estudo, de 2019, mostrando a inviabilidade da municipalização dos hospitais federais. Um estudo que será importante para fundamentarmos ainda mais a luta contra a municipalização”, afirmou Cristiane Gerardo, dirigente regional do Sindsprev/RJ.

Após o TCM-RJ, a passeata-desfile dos servidores seguiu pela rua México até a segunda parada do trajeto, em frente à Justiça Federal do Rio, onde será julgada a ação popular movida pelo Sindsprev/RJ com pedido de anulação da Portaria nº 4.847, que municipaliza a gestão do Hospital Federal do Andaraí (HFA). O julgamento será realizado pela juíza Maria Alice Paim Lyard, titular da 21ª Vara Federal do Rio. “Pedimos à excelentíssima juíza Maria Alice que se debruce sobre a nossa ação popular. A Portaria editada pela ministra Nísia Trindade está eivada de ilegalidades”, frisou Cristiane Gerardo. “Queremos que a juíza olhe o processo, que é em defesa do Sistema Único de Saúde e dos hospitais federais. Se a municipalização for levada adiante, isto poderá destruir os hospitais federais. O município do Rio mantém uma rede onde faltam insumos, seringas, medicamentos básicos. Não podemos permitir que isto também aconteça nos hospitais federais. Fora município, fora Ebserh, fora o Grupo Hospitalar Conceição”, completou Sidney Castro, também dirigente do Sindsprev/RJ.

Gestão de Nísia Trindade é rejeitada pela maioria esmagadora de servidores e usuários da rede federal. Foto: Mayara Alves.

‘Fora Nísia, inimiga do SUS e da saúde pública’, gritam servidores

Da Justiça Federal, a passeata-desfile prosseguiu pela rua México até finalmente parar no número 128, em frente ao prédio do DGH, onde foi servida refeição de mocotó a todos os manifestantes.

Durante todo o trajeto do Sindsprev/RJ ao DGH, um dos principais alvos da indignação dos servidores foi a ministra Nísia Trindade, apontada como inimiga do SUS e da saúde pública, tanto nas falas quanto nas faixas carregadas pelos trabalhadores. “Ao aceitar e promover a municipalização das unidades federais de saúde, a ministra Nísia está traindo os trabalhadores. É bom lembrar que esta política não é de hoje, pois antes já houve municipalização de unidades então federais como PAM Irajá, PAM Ilha, PAM Praça Seca e PAM Del Castilho. Unidades hoje administradas por ‘organizações sociais’ muito vorazes na relação com o dinheiro público.  Infelizmente, sabemos que isto não vai terminar nos hospitais federais. Isto pode avançar na Fiocruz e em todas as demais unidades públicas”, ressaltou Mardones da Costa, servidor da Vigilância em Saúde.

Greve precisa continuar para forçar governo Lula (PT) a negociar as reivindicações dos servidores. Foto: Mayara Alves.

“Nísia Trindade, você é uma decepção. É absurdo uma servidora de carreira do Ministério da Saúde entregar os hospitais federais ao município, ao Estado, à Ebserh, ao Grupo Conceição. Você sabe a falência em que estão os hospitais geridos pelo estado e pelo município. Você, Nísia, nos prometeu que não faria a municipalização, mas você traiu todos os servidores”, criticou Sidney Castro.

“Estamos aqui para mais uma vez afirmar que somos um sindicato independente e que está a serviço dos trabalhadores.  Ocupamos o DGH porque esta casa é nossa. Temos que dizer que resistiremos até o fim e que não vamos deixar que esta canalhice da municipalização continue a acontecer nos hospitais federais. Vamos resistir porque não aceitamos a destruição das unidades públicas de saúde. Se hoje muitos pacientes morrem na fila do sistema de regulação, isto acontece porque não existe uma política humanizada por parte dos atuais gestores”, concluiu Sebastião José de Souza, dirigente do Sindsprev/RJ em Niterói.

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