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quinta-feira, novembro 21, 2024
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Greve da enfermagem pelo piso cresce, sacode Zona Sul e vai até a casa de Daniel Soranz

Habituados a não ser incomodados por manifestações de trabalhadores, os moradores de Ipanema e Leblon, na Zona Sul do Rio de Janeiro, tiveram sua manhã tumultuada por uma grande passeata da enfermagem, nesta sexta-feira (21/7). A categoria está em greve pelo pagamento do piso salarial, aprovado por lei pelo Congresso Nacional, sancionado em agosto do ano passado e até agora não cumprido.

Manifestação começou com ato em frente ao Hospital de Ipanema. Foto: Mayara Alves.

Os alvos principais da manifestação foram o prefeito Eduardo Paes, o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra da Saúde, Nísia Trindade. A passeata saiu às 11h22 da Rua Antônio Parreiras, em frente ao Hospital Federal de Ipanema, passando pelas ruas Jangadeiros, Visconde de Pirajá, Prudente de Moraes, cruzando o Canal do Jardim de Alah, seguindo pela Avenida Ataulfo de Paiva, no Leblon, até chegar ao prédio do secretário Daniel Soranz, na Rua Dias Ferreira, às 12h41 onde tentaram ser recebidos, sem sucesso.

Protesto segue pela Rua Jangadeiros. Foto: Mayara Alves.

O local de encerramento da passeata foi escolhido para protestar contra a tentativa de Soranz de assediar os trabalhadores em greve, ao dizer à imprensa, que os sindicatos da categoria tinham que ‘rever a forma de protestar’ e ameaçar entrar com ação judicial pela ilegalidade da greve da rede municipal. Os diretores do Sindsprev/RJ, Christiane Gerardo, Sidney Castro e Sebastião de Souza; o presidente do Sindicato dos Enfermeiros, Marcos Schiavo e a diretora da entidade, Líbia Bellusci, entraram em contato por interfone com a casa de Soranz, mas foram informados de que não estava.

Enfermagem cruza o Jardim de Alah, mostrando sua força, com críticas a Lula, Eduardo Paes e o secretário de saúde, Daniel Soranz. Foto: Mayara Alves.

Próxima será Nísia Trindade

“A nossa próxima visita vai ser à ministra da Saúde, Nisia Trindade. Viemos aqui avisar ao Daniel Soranz que não aceitaremos pressão e assédio moral. Adiantamos que continuaremos em greve e lotando as ruas até que Lula, Cláudio Castro, Eduardo Paes e os donos de hospitais privados paguem o nosso piso”, afirmou Christiane Gerardo, no ato de encerramento da manifestação.

Na Avenida Ataulfo de Paiva (Leblon) de mãos dadas contra a repressão da PM. Foto: Mayara Alves.

Sebastião de Souza lembrou que, no próximo mês, a lei do piso completará um ano em vigor, sem que tenha sido cumprida. “Estamos lutando pelo respeito à lei, pela nossa valorização e vamos exigir nas ruas respeito com a nossa categoria que tem uma função essencial para a sociedade: a de salvar vidas, como fizemos durante a pandemia”, afirmou.

PM pressiona manifestantes. Foto: Mayara Alves.

No carro de som, na Rua Prudentes de Moraes, o diretor Sidney Castro explicou aos moradores de Ipanema porque a enfermagem estava de novo nas ruas. “Nós somos aqueles que salvam milhares de vidas diariamente e que se colocaram em risco para salvar a população, bem como vacinar a todos contra a covid-19. Por isto, queremos pedir o apoio de vocês”, ressaltou.
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Greve cresce

A adesão à paralisação – que atinge as unidades da rede federal, da Prefeitura do Rio de Janeiro e de hospitais privados – tem crescido e mostrado a sua força com passeatas todas as semanas. A greve tem incomodado os governos federal, do estado e dos municípios que fazem demagogia, chamando os enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem de heróis, mas se negam a pagar o piso e valorizar o trabalho da categoria.

Também tem crescido o apoio de outras categorias à greve, com presença nas passeatas. Na desta sexta-feira estavam presentes estudantes, profissionais da educação estadual, além de dirigentes da CTB (Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil). Pedro Cheviche, membro do movimento estudantil ‘Faísca Revolucionária’ explicou o apoio.

“Os governos deveriam se envergonhar de não valorizar com o pagamento do piso a estes profissionais cuja função é salvar vidas. Os estudantes estão com a enfermagem”, afirmou.
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A professora da rede pública do estado, Ana Carolina, também acompanhou a passeata. Disse que a luta dos profissionais da educação estadual é a mesma: piso para a categoria.
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Falando no carro de som do Sindsprev/RJ disse que defenderá a unificação da luta da educação com a saúde, na próxima assembleia da sua categoria. “Temos que fortalecer esta luta”, afirmou.

Protesto em frente à residência do secretário Daniel Soranz, no Leblon. Foto: Mayara Alves.

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