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quinta-feira, novembro 21, 2024
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Técnica de enfermagem do HFSE denuncia propaganda de organização racista

Lotada no setor de cirurgia vascular do Hospital Federal dos Servidores do Estado (HFSE), a técnica de enfermagem Rosana Rezende dos Santos denunciou à Ouvidoria do Hospital, nesta sexta-feira (4/11), o comportamento de sua colega de trabalho, a também técnica de enfermagem Marília Romualdo C. Do Amaral. Segundo Rosana, a denúncia foi motivada pelo fato de Marília estar divulgando, em uma caneca, o símbolo da organização racista norte-americana Ku-Klux-Klan, surgida na década de 1870, nos Estados Unidos (EUA), após a guerra civil ocorrida naquele país. A caneca traz escrita a frase “Eu sou da CusCuz Klan”, numa tentativa inadmissível de fazer humor com questão tão grave, seguida da ilustração de pessoas usando o tradicional capuz que caracteriza aquela organização racista.

No relato que entregou à Ouvidoria do HFSE, Rosana afirmou que, antes de formalizar a denúncia, tentou um diálogo com Marília no sentido de demovê-la de continuar ostentando o símbolo da organização racista. “Perguntei a ela se ela tinha ciência do que representa a Ku-Klux-Klan, uma organização terrorista criada por ex-soldados confederados com o objetivo de perseguir e assassinar negros, mas ela limitou-se a responder que ‘estava brincando’ e que eu teria de respeitar a opinião dela. Marília também me disse que não deixaria de usar a caneca nas dependências do Hospital”, afirmou Rosana, que em seguida levou a situação à chefia do setor, nas pessoas das enfermeiras Kelly Baquero e Ana Carla. Para espanto e decepção de Rosana, no entanto, tanto Kelly quanto Ana Carla disseram que não poderiam tomar partido, a não ser que viesse uma ordem de cima. “A enfermeira Kelly chegou ao absurdo de comparar a minha denúncia a uma situação em que, por exemplo, ela estivesse fazendo comentários depreciativos sobre meu cabelo [de trança nagô] e pedisse para eu não mais usar. Mas a comparação foi infeliz porque, na verdade, trata-se de situações absolutamente diferentes”, frisou Rosana.

Ao final da denúncia enviada à Ouvidoria, Rosana pede que o caso seja apreciado pela Comissão de Ética no HFSE. “Me senti muito mal, ofendida, extremamente desrespeitada e ferida em minha existência, como uma mulher negra que sou, ao ver a propaganda da Ku-Klux-Klan”, concluiu Rosana, que 12 dias antes de formalizar a denúncia já havia percebido o uso da caneca por Marília Romualdo do Amaral.

 

 

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