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quinta-feira, novembro 21, 2024
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Debates do XXII ENAPO nesta sexta (23/9) abordaram temas como tecnologias e saúde da pessoa idosa

Na manhã desta sexta-feira (23/9), foram realizados os dois primeiros debates do XXII Encontro Nacional de Aposentados(as) e Pensionistas do Serviço Público Federal (ENAPO), no auditório do Sindsprev/RJ, onde o evento acontecerá até o próximo domingo (25/9).

A primeira mesa — Acordo de Greve e Impactos da Tecnologia 5G — foi composta por Paulo Américo Machado (dirigente do Sindsprev/RJ), Paulo Farias (presidente da CTB) e Paulo Lindesay (dirigente da ASSIBGE e membro da Auditoria Cidadã da Dívida Pública.

Saudando as delegações presentes, Paulo Farias iniciou sua fala com uma reflexão sobre as novas tecnologias. “Todos aqui certamente têm celulares e usam aplicativos que nos permitem realizar inúmeras tarefas, como fazer transferências bancárias e acessar serviços pela internet. Em 1907, o Brasil possuía apenas 15 mil aparelhos telefônicos, mas hoje possui milhões, o que mostra o quanto avançamos. No entanto, toda essa tecnologia está acessível para apenas uma parte da população, por causa da concentração de renda. Por isto é que a eleição presidencial deste ano se tornou tão decisiva. Precisamos nos enganar e defender nossos direitos. O Brasil da inclusão digital tem que ser o Brasil da inclusão social”, disse.

“Neste importante debate, precisamos fazer análise da conjuntura para definirmos os próximos passos das nossas mobilizações. Desde a redemocratização, os governos vêm atacando os direitos dos trabalhadores e desmontando serviços públicos. Portanto, a nossa discussão tem que identificar quem está do nosso lado e quem está contra nós, como o atual governo e o Congresso. Temos que ter consciência de classe e ter presença nas lutas mobilizações que virão, nos organizando em torno dos sindicatos, e nesse sentido os aposentados vão cumprir um papel fundamental. Há um risco concreto de golpe. Teremos que lutar pelo nosso voto e para que nosso voto seja respeitado”, frisou Paulo Américo, que também fez críticas à política de digitalização dos governos para o INSS e o serviço público. “No INSS, por exemplo, criaram um aplicativo para os segurados operarem, mas não consideraram a exclusão digital, sobretudo dos idosos, que afeta grande parte da população brasileira”.

Paulo Lindesay fez um retrospecto de medidas tomadas pelos últimos governos para desmontar os serviços públicos e atacar direitos do funcionalismo, como leis e decretos que ameaçam a estabilidade. “Ainda teremos muita luta no país. Precisamos defender os serviços públicos. A integralidade e a paridade, infelizmente, não são respeitadas como direito para todos os servidores. Da mesma forma, criaram o Funpresp para limitar os benefícios previdenciários do funcionalismo. Na época de FHC, fizeram uma reforma administrativa que modificou artigos da Constituição, ameaçando o Regime Jurídico Único do funcionalismo. Quanto à tecnologia digital, ela é dominada pelos interesses do capital O aplicativo ‘Meu INSS’, por exemplo, está sendo usado para acabar com a carreira dos servidores”, disse.

Na segunda mesa de debates — Saúde da Pessoa Idosa no Século XXI —, o protagonismo ficou a cargo da enfermeira Ângela Cristina T. de Faria, da Paraíba, especializada em atendimento psicossocial, que falou sobre temas como estatuto do idoso e o drama que significa envelhecer no Brasil, país onde os serviços públicos estão sucateados. A mesa também foi composta por Elia Mello (coordenadora da Regional Sul do Sindsprev/RJ e uma das fundadoras do sindicato), Maria Celina de Oliveira (dirigente da Regional Norte do Sindsprev/RJ) e Luiz Henrique Santos (também dirigente do sindicato).

Ângela entremeou sua apresentação com poemas da cordelista paraibana Verônica Azevedo, versando sobre temas relacionados à situação dos idosos e idosas brasileiros. “Eu trabalho com atividades de arte e cultura para a saúde mental. Dessa forma é possível fazer com que cada pessoa tenha sensibilidade em relação ao outro”, explicou. Em seguida, Ângela destacou que, no Brasil e no mundo, o envelhecimento atinge homens e mulheres de forma diferenciada, sendo as mulheres o grupo mais vulnerável. Ainda segundo ela, cerca de 14,3% da população brasileira é idosa, percentual que, até 2030, deve superar o de crianças e adolescentes. “Para piorar essa situação — disse ela —, o envelhecimento é mais rápido nos países em desenvolvimento, onde o idoso é mais abandonado e mais impactado pelo adoecimento”.

Maria Celina lembrou um problema comum que afeta os idosos brasileiros: a falta de acessibilidade e a deterioração de equipamentos urbanos. “Em todas as grandes cidades do Brasil, os idosos e deficientes físicos sofrem com ruas esburacadas ou inadequadas, o que tem causado acidentes. Precisamos reagir, precisamos reclamar. No Rio, por exemplo, os idosos já não podem mais andar nas ruas”, disse.

Elia Mello destacou a necessidade de os servidores, ativos e aposentados, fortalecerem a luta pelos direitos do funcionalismo, fazendo referência ao piso salarial da enfermagem. “Lutamos muito para conquistar o piso da enfermagem. Lula (PT) já disse que vai garantir o piso, se eleito. Temos portanto que nos unificar para assegurar este e outros direitos”, frisou ela.

 

 

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